Reforma administrativa de Corrêa em Anápolis vai aplacar pressão por acomodações políticas?

Enviada na última semana para a Câmara Municipal de Anápolis, a tão aguardada reforma administrativa da gestão de Márcio Corrêa foi aprovada quase por unanimidade (apenas Rimet Jules, do PT, votou contrário à proposta). Na prática, a proposta aumenta de 14 para 18 o número de pastas do Município (entre secretarias e autarquias). Mas além da reestruturação necessária às ações que o prefeito anapolino pretende emplacar nos próximos anos de seu mandato, a criação de novas pastas e cargos deve servir, também, para apaziguar a pressão para acomodação de aliados em seu governo.

Ao formatar seu secretariado, ainda no ano passado, Márcio Corrêa optou por nomes técnicos e gabaritados em suas áreas. Escolha obviamente sensata, ainda mais se tratando de uma cidade como Anápolis, que vem de uma gestão recheada de falhas e lacunas em diferentes áreas e demandava expertise e conhecimento em seu trato.

No entanto, como é de conhecimento de qualquer um minimamente em contato com a política do cotidiano, acomodações políticas se fazem praticamente obrigatórias para o chefe do Executivo que quer fluidez em seu governo, sobretudo no que tange ao Legislativo. E a pressão para que as exigências sejam sanadas estaria forte sobre o gestor de Anápolis.

Hoje, diz-se que o único partido efetivamente contemplado na gestão de Corrêa é o PSD, legenda de Kim Abrão, que lidera a Secretaria Municipal de Indústria e Comércio. Mas os aliados do prefeito, aqueles mesmos que o ajudaram a ser alçado ao posto de chefe do Executivo municipal, querem mais.

Entre as novas pastas criadas estão a Secretaria de Cultura e a Secretaria de Esporte – que até então configuravam diretorias na extinta Secretaria Municipal de Integração. No entanto, a coluna Bastidores apurou que os atuais diretores de Cultura, Maestro Rafael Pires, e de Esporte, Marcos Bonfim, podem não ser alçados a secretários, o que seria o esperado.

Enquanto Pires e Bonfim devem permanecer diretores, as secretarias em si devem ser preenchidas com indicações de partidos aliados de Corrêa.

“A expectativa está bem alta. Maior que no começo, porque a reforma também trouxe outros cargos cobiçados, como previsões de subsecretarias”, disse, sob reserva, uma fonte anapolina. Vale destacar que ao menos 4 subsecretarias serão criadas com a reforma administrativa. “Inclusive o partido que mais pressiona é o PSD”, acrescentou.

E diferentemente do início da gestão de Márcio Corrêa, quando o organograma de governo seguia o modelo anterior, usado por Roberto Naves, a reforma especifica somente as secretarias. Já na questão de subsecretarias, diretorias e outras funções de primeiro escalão, há a previsão somente de quantidade, e não a forma de distribuição.

Ou seja: cargo vai ter. Como serão distribuídos e quem vai ocupá-los, a guerra interna, com a quantidade de votos no Legislativo e fora dele, servindo como a maior arma. (T.P.)

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