Mensagens apagadas de Mauro Cid dizem muito, afirma Jandira Feghali

Ex-integrante da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigou os atos golpista do 8 de janeiro de 2023, a CPMI do Golpe, a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) diz que as mensagens apagadas do celular de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, são reveladoras.

“As mensagens apagadas de Mauro Cid dizem muito. A nova série do UOL revela o que já sabíamos: houve tentativa de golpe — articulada, planejada e abafada por quem tentou apagar provas. Mas não passaram despercebidos. Que os responsáveis, de farda ou sem, sejam punidos. A história não pode ser apagada como uma mensagem de WhatsApp”, postou a parlamentar no Instagram.

A reportagem do portal revelou que nos arquivos do celular do tenente-coronel, de posse da Polícia Federal (PF) desde 3 de maio de 2023, existiam 217 mensagens recebidas por Cid que foram depois deletadas. Outras 127 mensagens enviadas por ele também foram apagadas.

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Numa delas, revelou que Bolsonaro se recusou a desmobilizar os atos golpistas do 8 de Janeiro. “Estupidez sem tamanho. O presidente Bolsonaro precisa se manifestar contra isso AGORA. Pelo amor de Deus. Eu estou no ar na Jovem Pan”, enviou Paulo Figueiredo Filho ao tenente-coronel no momento em que os manifestantes invadiam os prédios da Praça dos Três Poderes.

Sem sucesso, o neto do ex-presidente João Figueiredo tentava fazer com que Cid convencesse Bolsonaro a fazer uma declaração ao vivo na rádio para desmobilizar os atos.

“Não combinamos de apagar? Zera. Apaga todo o teu celular agora! Todas as mensagens que tu tem que não sejam importantes, tu apaga, beleza? Vou apagar as minhas também. Porra, o Alexandre de Moraes agora soltou uma ordem… Ele vai começar uma devassa no celular de todo mundo”, diz a mensagem de cunho golpista enviada a Cid pelo coronel do Exército Bernardo Romão Corrêa Netto.

O ex-ajudante também mantinha conversas com o tenente-coronel Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros (“Cavalo”, nas mensagens). Numa delas apagada, ele  lamenta o fato de o “decreto do Estado de Defesa não ter prosperado”.

Para evitar que as mensagens fossem descobertas, o ex-ajudante e seus interlocutores resolveram continuar as conversas no Signal, aplicativo de mensagens criptografadas considerado mais seguro que o WhatsApp. O aplicativo foi usado por assessores do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que acidentalmente incluíram um jornalista no grupo.

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