Policial Civil é suspeito de matar carpinteiro na região dos motéis em Aparecida de Goiânia

Na madrugada de sábado, 26, um agente da Polícia Civil de Goiás (PCGO) é suspeito de ter efetuado o disparo que matou o carpinteiro Cleverson Freitas, de 34 anos, na região dos motéis de Aparecida de Goiânia. O caso, cujas circunstâncias ainda são nebulosas, está sendo investigado pela Corregedoria da Polícia Civil, conforme nota oficial divulgada nesta segunda-feira, 28.

Por volta das 4h16 da manhã, Cleverson teria estacionado sua caminhonete para conversar com duas garotas de programa e o agente Cristiano Henrique Oliveira, de 23 anos. De acordo com informações apuradas, o jovem policial havia ido até o local para se divertir. Ele estava acompanhado pelas duas profissionais do sexo quando, em determinado momento, o grupo foi convidado pela vítima a entrar no veículo para seguir rumo a uma “festinha”.

As interações entre os quatro foram registradas por câmeras de segurança da região, que captaram diálogos descontraídos, combinações de preços e risadas antes do embarque no carro. Entretanto, conforme relatado pelo agente Cristiano Henrique à guarnição da Polícia Militar (PM) que atendeu a ocorrência, as garotas de programa teriam alertado que o motorista não seria uma pessoa de “boa índole”. Esse alerta teria motivado o trio a desembarcar da caminhonete poucos minutos depois.

Contudo, imagens obtidas pelas câmeras de segurança contradizem essa versão, uma vez que registraram uma interação amigável entre as partes antes da partida. Após descer do carro, o agente alegou que sentiu falta de seu celular. Segundo ele, ao retornar para solicitar que Cleverson verificasse o interior da caminhonete, a vítima teria feito menção de sacar uma arma da cintura. Diante dessa suposta ameaça, Cristiano disparou contra o homem.

As imagens gravadas no local mostram o momento em que o disparo foi efetuado, seguido pela colisão da caminhonete desgovernada contra um muro. Logo depois, o policial corre em direção ao veículo e pergunta insistentemente: “Você está armado, irmão? Está armado? Irmão, está morto? Fala, está armado?”, antes de sair do campo de visão das câmeras.

Vinte minutos após o ocorrido, uma viatura da Polícia Militar chegou ao local, acionada por um motociclista que passou pela área e presenciou a colisão. A delegada responsável foi informada de que o jovem era agente da Polícia Civil, após ele apresentar seu registro funcional. Em seu depoimento, Cristiano reiterou ter sido alertado pelas garotas de programa sobre o suposto comportamento suspeito de Cleverson, justificando assim sua decisão de deixar o carro.

Ainda segundo o agente, a reação de atirar ocorreu em legítima defesa, já que, segundo seu relato, o carpinteiro teria simulado puxar uma arma. No entanto, até o momento, a investigação não identificou nenhuma arma em posse de Cleverson Freitas. Além disso, a ausência de depoimentos das garotas de programa chama atenção, aumentando as dúvidas sobre a dinâmica do incidente.

O Instituto Médico Legal (IML) esteve no local para realizar a perícia e o laudo de exame cadavérico, assumindo também a responsabilidade pela remoção do corpo. Com o envolvimento de um servidor da segurança pública, a Corregedoria da Polícia Civil de Goiás assumiu a apuração dos fatos.

Em nota enviada ao Jornal Opção, a Polícia Civil de Goiás afirmou que “o fato ocorrido na noite de (25/04), no setor Santa Luzia, em Aparecida de Goiânia, envolvendo um agente da instituição, já está sendo acompanhado e investigado pela Corregedoria da Polícia Civil”. A corporação acrescentou que, “após análise técnico-jurídica realizada pela autoridade policial responsável, o agente não foi autuado em flagrante, mas foi ouvido e o procedimento investigativo foi instaurado, seguindo em andamento sob sigilo, nos termos da legislação vigente”.

Ainda conforme a Polícia Civil, o inquérito tramita sob o rigor das normas legais, o que impede a divulgação de informações adicionais enquanto as investigações estão em curso. O objetivo é esclarecer se houve, de fato, legítima defesa, ou se outras circunstâncias poderiam ter motivado o disparo fatal.

Leia também:

Apesar de manifestações contra o fechamento, CMEI Orlando Alves Carneiro deve funcionar até junho

62% dos brasileiros evitam procurar médico mesmo quando precisam, aponta estudo

O post Policial Civil é suspeito de matar carpinteiro na região dos motéis em Aparecida de Goiânia apareceu primeiro em Jornal Opção.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.