Câmara em Alagoas lê falsa renúncia de prefeito e vice; gestores falam em “golpe”

A Câmara de Vereadores de Rio Largo, na Grande Maceió, leu supostas cartas de renúncia do prefeito Carlos Gonçalves (PP) e do seu vice, Peterson Henrique (PP), dando posse, logo em seguida, ao presidente da Casa, Rogério Silva (PP), como prefeito interino do município. Porém, os gestores firmaram que as cartas eram falsas e que a leitura se trata de um “golpe”.

A cartas foram lidas pelo segundo secretário da Câmara, Thiago Vasconcelos (PP), nesta segunda-feira, 31. Nelas, prefeito e vice teriam alegado “questões pessoais” para renunciar ao cargo. O presidente da Câmara assinou termo de posse, fez o juramento e passou a ser prefeito interino.

Nas redes sociais, prefeito e vice afirmam que as cartas são “fraudulentas” e que irão tomar medidas cíveis e criminais para reverter a renúncia. “Foi uma tentativa de golpe”, disse o prefeito.

“Fomos surpreendidos mais uma vez com a insistência em oficializar uma carta de renúncia fraudulenta, em meu nome e do vice. Um documento inconstitucional, inválido, seguido da posse imediata e ilegal do presidente da Câmara. Nunca irei renunciar. Foi o povo que me colocou aqui, e só o povo é que tem de me tirar”, afirmou.

Carlos já havia denunciado na Procuradoria-Geral de Justiça o que ele classificou como “duas tentativas de autenticação de assinatura em meu nome, sem o meu consentimento, tanto no cartório de Rio Largo, como no cartório de Porto Calvo.”

“Mais uma tentativa de forjar a minha renúncia”, disse ele, em postagem no Instagram. “Estive com o Procurador-Geral de Justiça, Dr. Lean Araújo, no Ministério Público de Alagoas em busca de providências para investigar e punir com a severidade da lei aqueles que querem impedir o desenvolvimento de Rio Largo.”

Disputa

Carlos se elegeu com apoio do ex-prefeito da cidade, Gilberto Gonçalves (PP), mas rompeu com o aliado de Lira e se aproximou do MDB, da família Calheiros. O rompimento causou problemas políticos para o prefeito, pois os líderes da Câmara da cidade são ligados ao grupo de Lira.

Gilberto afirmou que estava em posse de uma carta-renúncia do prefeito e do vice, dizendo que ela seria apresentada à Câmara de Vereadores.

O senador Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou, ao UOL, que a leitura das cartas foi “uma trapaça inominável”.

Leia a nota do prefeito Carlos Gonçalves

“Mais um capítulo dessa longa novela de inverdades e tramas para impedir o desenvolvimento de Rio Largo!

Estou aqui junto dos vereadores de Rio Largo que entrem a gravidade desta tentativa de golpe. Na data de hoje, 31 de março, foi convocada pelo presidente da câmara de Rio Largo, Rogério Silva, uma sessão deliberativa extraordinária com pautas pertinentes ao município. Seguida de outra sessão solene baseada num ato inconstitucional!

Fomos surpreendidos mais uma vez com a insistência em oficializar uma carta de renúncia fraudulenta, inconstitucional e inválida, seguida da posse imediata e ilegal do presidente da câmara.

Todos sabem que já levamos à todas as instâncias do poder legislativo e judiciário essa situação, e como sempre afirmamos, não existe carta de renúncia, nem mesmo a intenção de deixar a nossa missão à frente da Prefeitura de Rio Largo. Essa carta é falsa, fruto de uma tentativa criminosa de golpe! Não renunciei ao meu mandato, e nunca irei renunciar!

Já tomamos e seguiremos levando em frente as providências cíveis e criminais cabíveis junto às instâncias necessárias para reafirmar nossa legitimidade e poder que nos foi concedido pelo povo!

Digo e reafirmo: sigo sendo prefeito de Rio Largo, eleito democraticamente com 32.496 votos”.

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