Alcolumbre rechaça impeachment contra ministros do STF e critica ‘criminalização’ de emendas

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), disse que uma eventual votação de impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) no Senado causaria problemas em um País que já está dividido. As informações são do Estadão. “Muito claramente nós temos muitos problemas, não será o presidente do Senado Federal que vai criar mais um”, disse Alcolumbre.

Alcolumbre defendeu que a prerrogativa de o Senado pautar o impeachment de ministros do STF seja revista. “Está errado isso”, afirmou. “O que temos que fazer é buscar com que cada poder possa conviver dentro das suas atribuições, um respeitando o outro, sem avançar a linha da autonomia e da autoridade de cada um”.

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Questionado sobre a possibilidade de concessão de anistia aos acusados de participar dos atos golpistas do 8 de Janeiro, Alcolumbre disse que deve haver “mediação e modulação” nas penas a serem aplicadas pela Justiça. “Não pode ser uma anistia para todos de maneira igual. E também não pode, nas decisões judiciais, ser uma punibilidade para todos na mesma gravidade”, afirmou o senador.

Alcolumbre reconheceu que houve um “problema” com os atos de vandalismo e a tentativa de golpe de Estado e que “alguém pensou e idealizou isso”. O senador defendeu, porém, que todos devem ser considerados inocentes até a última instância.

Na entrevista, o presidente do Senado criticou o que considera ser um processo de “criminalização” das emendas parlamentares, que considera importantes para atenuar as desigualdades no País.

O presidente do Senado disse que não foi procurado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para discutir a reforma ministerial, deflagrada no início da semana com a troca de Nísia Trindade por Alexandre Padilha no comando do Ministério da Saúde.

“Nem Lula nem auxiliares dele me perguntaram ou pediram sugestão sobre essa reforma”, afirmou Alcolumbre. “Não tive esse privilégio de tratar com Lula sobre a nomeação de ministros ou composição de governo para os próximos dois anos.”

O senado do Amapá disse, contudo, ter “certeza absoluta” de que em algum momento a conversa com Lula irá ocorrer, já que se trata de um assunto “necessário” porque a atual configuração do governo é de uma “coalizão clássica”. O presidente do Senado também lembrou que participou das negociações para a composição dos ministérios no início do governo.

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