“Equilibrada”, BrasilAgro agrada analistas com hedge e oportunidades de crescimento

Analistas de mercado classificaram como “sem surpresa” e “tão sazonal quanto a safra”, balanço do segundo trimestre do ano fiscal 2025 (2T25) da BrasilAgro, que considera os meses de outubro a dezembro de 2024/2025.

No entanto, os especialistas do Itaú BBA, da XP Investimentos e do BTG Pactual citaram, em relatórios, os movimentos de trava no mercado futuro contra variações cambiais e de preços da soja, bem como as oportunidades de avanço da companhia no setor agropecuário.

No BTG Pactual, Thiago Duarte, Guilherme Guttilla e Gustavo Fabris, citaram soja e cana-de-açúcar como destaques operacionais, com vendas remanescentes da safra anterior, principalmente soja e cana-de-açúcar.

“O segundo semestre (de janeiro a junho de 2025) é normalmente quando a BrasilAgro colhe e vende suas lavouras, reconhecendo a maior parte de suas receitas anuais”, escreveram.

Segundo eles, a mudança estratégica da BrasilAgro para uma abordagem mais equilibrada entre o valor imobiliário das terras agrícolas e a atividade agrícola provavelmente garantirá fluxos consistentes de dividendos para os acionistas.

“Além disso, a empresa ainda tem consideráveis oportunidades de crescimento no setor agropecuário em expansão no Brasil”, completam os analistas.

Eles mantiveram a recomendação de compra das ações da empresa. “Em nossa visão, maior clareza sobre os planos de crescimento e/ou uma mudança favorável no ciclo de preços das commodities poderiam ser fatores-chave para impulsionar a ação”, afirmaram.

O BTG Pactual cita também o impacto dos derivativos cambiais na posição final do 2T25 da BrasilAgro, de R$ 86 milhões, que foi fundamental no prejuízo líquido de R$ 19,6 milhões no período.

Gustavo Lopez, CFO e diretor de RI da BrasilAgro, afirmou que as operações no mercado futuro são “uma marcação” e “uma fotografia” do momento do fechamento do trimestre, com um dólar em torno de R$ 6,20 e não se refletirão no momento da realização.

“O resultado financeiro ainda não foi realizado e são posições de derivativos que, por questões fiscais, precisam de ter marcação a mercado na data do balanço”, afirmou Lopez.

No Itaú BBA, que mantém recomendação neutra para BrasilAgro, Gustavo Troyano relatou que a companhia apresentou resultados sem grandes eventos e alinhados às expectativas do banco. Entre os principais destaques, Troyano cita o avanço na estratégia de hedge.

“As posições atualizadas de hedge da BrasilAgro e a taxa de câmbio spot levariam a uma revisão de 5% para cima em nossa projeção de EBITDA ajustado para o FY25. Por outro lado, custos de produção mais altos sugerem uma revisão negativa dos números do ano”, ponderou.

Troyano reforça que o Itaú BBA ainda espera que a superoferta global de grãos domine nos próximos meses, mesmo com potenciais impactos de seca no Sul e colheita atrasada em Mato Grosso.

Essa superoferta, segundo o analista, “pode impactar a tese de investimento da BrasilAgro no curto prazo”.

“No geral, vemos a BrasilAgro como uma história de crescimento promissora no setor agrícola, impulsionada por fusões e aquisições estratégicas de terras, o que sustenta nossa visão positiva para a ação”, concluiu.

Na XP Investimentos, Leonardo Alencar, Pedro Fonseca e Samuel Isaak avaliaram que o balanço do 2T25 marcou a recuperação dos resultados da BrasilAgro, embora as margens de grãos ainda estivessem abaixo dos níveis médios e de outras empresas do setor.

Os analistas citam o avanço na posição de hedge de soja para a safra 2024/2025 de 33% no trimestre anterior, para 46% no 2T25, enquanto a posição de hedge de milho para a mesma safra aumentou de 13% para 45% na mesma base de comparação. Para o algodão, a posição de hedge saiu de 26% para 41%.

“Portanto, receberíamos positivamente que a Brasilagro avançasse ainda mais em sua posição de hedge, considerando particularmente que a relação de câmbio é favorável para alguns insumos”, concluíram.

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