O conflito que, teoricamente teve início em outubro de 2023, alcança novos marcos de morte a cada dia que passa. A guerra entre israelenses e palestinos acontece antes mesmo da fundação do estado de Israel em 1948. Como se estabelece um estado judeu numa pátria alheia?
A Palestina, através de uma carta nomeada Declaração Balfour, em 1917, teve seu território cedido para os judes se estabelecerem depois dos britânicos derrotaram o Império Turco-otomano. Em 1929, ano da famosa crise econômica mundial, houve o conflito entre judeus e muçulmanos em relação ao acesso ao Muro das Lamentações. Esse episódio que deixou centenas de mortos é considerado por especialistas geopolíticos um ponto sem retorno. A partir daí, conflitos extremamente violentos nunca mais cessaram.
Depois de quase 100 anos, Gaza continua sendo o território mais perigoso do globo pelas constantes mortes resultados dos conflitos religiosos e territoriais. Segundo dados do Ministério da Saúde do governo do Hamas, desde o início da guerra contra Israel, 91.073 foram feridas de alguma maneira e o número de mortes já alcança 39.445.
As mortes de políticos e civis sempre vão ser motivadas por ataques e revoltas anteriores. O ciclo da guerra é lucrativo para quem promove e mantém os conflitos. A última notícia da indústria da morte é o óbito do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, em um ataque aéreo em Teerã, na madrugada desta quarta-feira, 31.
Pela acessibilidade da informação, Hamas é uma organização terrorista islâmica da Palestina ativa, principalmente na Faixa de Gaza. A organização se comprometeu a destruir Israel. Em outubro de 2023, combatentes do Hamas fizeram um massacre e reféns no sul do país, e Israel declarou guerra.
O líder maior do Irã, Ali Khamenei, acusou o Estado Judeu pelo ataque e disse que Israel “fez por merecer a dura punição” e vai receber uma “obrigação do Irã”. A morte de Ismail Haniyeh, foi condenada por aliados de Teerã, incluindo Rússia e Turquia. Até mesmo rivais do Hamas, como Egito, desenvolveram fortes críticas a Israel. Os Estados Unidos por meio do secretário Antony Blinken, declarou não ter envolvimento na morte do líder do Hamas.
Essa jogada no tabuleiro do jogo de poder é considerada como golpe em desfavor da organização causa desestabilização no Oriente Médio. Cá entre nós, a guerra nunca permitiu que o ambiente chegasse perto de estabilizado. Segundo especialistas, Ismail Haniyeh era uma personalidade mediadora importante para soluções em prol de cessar-fogo na região de Gaza. As conversas eram possíveis com Egito e Qatar, por exemplo.
A morte do líder do Hamas em momento de fortes decisões diplomáticas traz à tona futuras consequências desse contexto de crescentes ataques. A instabilidade no Oriente Médio leva a repercussões globais, atingindo não apenas a localidade mas também os processos políticos em outras partes do planeta, em específico os Estados Unidos.
Cada novo confronto gera mais ressentimento e hostilidade, tornando ainda mais difícil encontrar uma solução pacífica e duradoura. Em vez de trazer estabilidade, esses conflitos agravam a situação e afastam a possibilidade de um futuro melhor. A busca por poder e território muitas vezes eclipsa os esforços para construir um futuro mais pacífico. Ao invés de buscar compromissos e soluções pacíficas, os envolvidos muitas vezes optam por intensificar a violência, alimentando um ciclo vicioso.
Esse espiral de morte não só afeta diretamente as pessoas da região, mas também prejudica a estabilidade global. Portanto, é crucial reconhecer que esse caminho apenas perpetua o sofrimento e a instabilidade. A verdadeira solução para os conflitos no Oriente Médio deve envolver um diálogo genuíno e esforços colaborativos para abordar as causas profundas da disputa, em vez de continuar a alimentar a espiral de violência e destruição.
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