Maduro diz à ONU que protestos são tentativa de golpe de Estado e culpa Gonzáles por mortes de civis

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse às Nações Unidas que os protestos e a violência que acontecem nas ruas do país desde segunda-feira, 29, são parte de um golpe de Estado contra ele.

Na terça-feira, 30, Maduro respondeu ao alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, que no mesmo dia denunciou o “uso desproporcional da força” durante a repressão das manifestações pelas forças de segurança venezuelanas e por indivíduos que apoiam o governo chavista.

Türk faz parte das peças que o sistema imperialista coloca em posições-chave na ONU para realizar o trabalho. Por um lado, ele vira as costas e não vê o massacre em Gaza, mas, por outro lado, mira a Venezuela para apoiar um golpe fascista e terrorista”, declarou Maduro durante reunião com as mais altas autoridades do país.

Depois de cobrar que os autores de abusos sejam punidos, o alto comissário da ONU pediu às autoridades venezuelanas que respeitem os direitos dos cidadãos de se reunirem, protestarem pacificamente e expressarem opiniões livremente e sem medo.

Maduro perguntou ao representante da ONU se “queimar o estabelecimento de alguém” ou “matar pessoas na rua” eram protestos, e responsabilizou os líderes da principal coalizão opositora, a Plataforma Unitária Democrática (PUD), por esses casos.

Ele também garantiu que seu governo “tomará todas as medidas possíveis para proteger o povo, restabelecer a paz, capturar os conspiradores, garantir que haja justiça na Venezuela e seja restabelecida a normalidade”.

A PUD alegou na segunda-feira que seu candidato, Edmundo González Urrutia, venceu as eleições presidenciais por ampla margem, ao contrário do que foi anunciado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que proclamou Maduro vencedor.

Maduro x Edmundo Gonzáles

Na mesma terça-feira, Nicolás Maduro se dirigiu publicamente a Edmundo Gonzáles, dizendo para seu opositor sair do “esconderijo” e ir ao Palácio de Miraflores – sede do governo, em Caracas – para encontrá-lo e “mostrar a cara”.

“Venha até mim, estou esperando por você aqui em Miraflores, senhor González Urrutia. Não se atrase para chegar, seu covarde, venha até mim, seu covarde”, disse Maduro, apesar de o candidato opositor não estar escondido, já que nesta mesma terça-feira liderou uma manifestação em uma rua de Caracas, onde reuniu milhares de pessoas que o apoiam.

Isso aconteceu enquanto Maduro fez as declarações diante de centenas de simpatizantes, aos quais pediu que se mobilizem “todos os dias” para “restaurar a paz, a tranquilidade e a normalidade”.

Falta de transparência

O governante culpa Urrutia e sua principal apoiadora, María Corina Machado, por atos “terroristas”, em referência aos protestos em Caracas e em várias regiões do país contra o resultado oficial da eleição de domingo. De acordo com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Maduro venceu com 51,2% dos votos, contra 44,2% de Urrutia.

A diferença de votos entre eles é de 704.114, mas 20% do total de votos não foram contabilizados no boletim do CNE que informa a vitória de Maduro, o que corresponde a mais de 2 milhões de votos.

A maior coalizão de oposição, a Plataforma Unitária Democrática (PUD), pela qual concorreu Urrutia, descreveu as manifestações como “expressões espontâneas e legítimas”. Já Maduro as chamou de “criminosas”, “terroristas”, e parte de um “golpe de Estado”.

De acordo com quatro ONGs, ao menos 11 civis e 1 militar foram mortos nos protestos de segunda-feira.

Com informações de Agência EFE

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