
Depois de passar por Rio de Janeiro e Recife, a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB/RJ) lançou nesta sexta-feira (06) em Salvador, Bahia, o livro Cultura é Poder, que marca a estreia da parlamentar e feminista na literatura. A unidade da Livraria LDM, no bairro do Itaigara, ficou pequena para receber os amigos, camaradas de partido, autoridades e o público em geral. Editado pela Oficina Raquel, o livro tem prefácio da ministra da Cultura Margareth Menezes, que participou do lançamento nacional, no Rio de Janeiro, dia 02 de junho.
Em Salvador, o presidente da Fundação Palmares e diretor do Bloco Olodum, João Jorge, foi o convidado de honra. “Na democracia que nós estamos construindo, a cultura é fundamental para que ela (a democracia) possa ser preservada e exercida. Jandira tem um papel fundamental nisso”, disse João Jorge ao ressaltar o papel da deputada na construção da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB), da qual foi relatora do projeto de lei, que resultou na lei posteriormente sancionada. “A Aldir Blanc (Lei Aldir Blanc) é uma proposta estatal de presença direta na cultura, do governo federal, estados e municípios. O livro de Jandira vai nos ajudar a entender essa relação entre cultura e poder”, acrescentou.
Com mais de 200 páginas, o livro Cultura é Poder apresenta reflexões da parlamentar sobre o tema, a partir das suas experiências como deputada, musicista (Jandira toca bateria) e gestora cultural. Ela buscou sistematizar sua concepção de cultura em diálogo com pensadores como Celso Furtado, Darcy Ribeiro, Néstor García Canclini, Ynaê Lopes e Eric Hobsbawm. No livro, Jandira Feghali faz uma distinção entre cultura e entretenimento.



“A cultura não pode ser entendida apenas como evento. Ela (a cultura) é valores de relações humanas, é economia, é integração com a educação, respeito com a nossa história, com o nosso patrimônio. É afirmação da brasilidade, na sua pluralidade. A gente não pode ser gestor de eventos apenas, mas ser gestor de processos sociais”, observou.
Um dos principais trechos da obra é a guerra cultural promovida pela extrema-direita. “Não há como sustentar o poder econômico sem que os valores em disputa estejam colocados onde são passados, ou seja, na comunicação e na escola. Foi isso que a ditadura militar fez ao promover a indústria cultural, nacionalizar uma TV para poder passar suas ideias e seus valores e colocar dentro da escola a educação moral e cívica”, ressaltou. Para a deputada, a cultura é um espaço central e estratégico de emancipação do povo brasileiro e precisa ser entendida como um campo simbólico fundamental na luta pela democracia e a justiça social.
Próximas paradas
A secretária nacional da Mulher do PCdoB, Daniele Costa, destacou a importância do lançamento de Cultura é Poder. “Pra nós comunistas, a cultura é necessária e estratégica nos debates de uma cultura antissexista, uma cultura popular de valorização da identidade e esse livro traz uma grande contribuição”, observou.
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No dia 09 de junho, o livro será lançado em Niterói (RJ), na Livraria da Travessa, Icaraí., às 19h. Na agenda ainda constam: Livraria Circulares, em Brasília (DF), 10 de junho, e na sexta-feira (13) lançamento na Bienal do Livro do Rio, no Rio Centro, no estande da Secretaria Municipal de Cultura, às 14 h.
A deputada Jandira Feghalli não vai parar na sua incursão pela literatura. Outros dois livros estão no forno. Um deles vai abordar a epidemiologia do subdesenvolvimento, em que a cultura é colocada como etapa importante para a superação das limitações econômicas e sociais às quais estão submetidas uma parcela significativa da população brasileira. “O outro é um testemunho desses 40 anos de observação da política brasileira”, revelou.
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Edição: Bárbara Luz
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