Médico goiano quer transformar Porangatu em polo de biotecnologia para produzir biocombustível e grafeno com babaçu

A trajetória do médico goiano Antônio Carlos Martins da Cunha de 70 anos começa em Porangatu, Norte de Goiás, onde nasceu, passa por Londres, Áustria e termina – ou melhor, recomeça, com um projeto ambicioso para sua terra natal: transformar o município em um centro de referência na industrialização do Babaçu. O objetivo é produzir biocombustível (conhecido como “querosene verde”) e grafeno, revolucionando a economia local e promovendo o reflorestamento indireto do Cerrado.

Conhecido na Europa como Dr. Antonio Martins, o goiano concedeu uma entrevista exclusiva ao Jornal Opção, diretamente de Viena, capital da Áustria, onde vive com a mulher e os três filhos — todos médicos.

Durante a conversa, ele compartilhou detalhes de sua trajetória desde os 16 anos, quando conquistou uma bolsa para estudar na Inglaterra. Falou sobre sua formação em medicina pediátrica e engenharia de alimentos, sua atuação como empresário e os novos projetos que envolvem sua cidade amada, Porangatu.

“Eu não quero só visitar Porangatu. Eu quero retribuir. É uma responsabilidade com as minhas origens”, afirma Antonio Martins, que vive na Europa há mais de 40 anos. “Agora é a hora de devolver com trabalho e tecnologia.”

Antonio Martins mostra com satisfação os produtos l Foto: Arquivo pessoal

Raízes goianas e salto para a Europa

A família Martins tem longa história em Porangatu, pois faz parte da fundação da cidade.  O bisavô de Antônio, Eusébio Martins, foi o primeiro prefeito da cidade. “A minha avó era da família Gonçalves da Cruz, muito tradicional na região. Martins se casava com Gonçalves, sempre foi assim.”

As memórias de infância em Porangatu são vívidas. “Mesmo morando em Goiânia para estudar, as férias eram todas lá. Saía de Goiânia às seis da manhã e chegava às dez da noite. Não tinha estrada. Às vezes o ônibus atolava, tinha que levar farofa porque não tinha comida no caminho”, conta, rindo.

Foi em meio a esse cenário que os pais de Antônio o incentivaram a estudar e explorar o mundo. Aos 16 anos, conseguiu uma bolsa para estudar medicina em Londres. “Trabalhava lavando privada à noite para pagar meus cursos. Fiz medicina, iniciei pediatria em Londres e depois vim para a Áustria. Aqui conheci minha esposa, estamos casados há 41 anos.”

Seus três filhos também seguiram a medicina – são radiologista, pneumologista e ortopedista.

Palmeira que produz o coco babaçu l Foto: Reprodução

Babaçu como ferramenta de transformação

Após a finalização do curso de medicina e a especialização em pediatria e instalado na Áustria, Martins fundou uma clínica, uma empresa e construiu estabilidade financeira. Agora, seu foco é o Babaçu – fruto abundante no norte do Brasil, mas pouco explorado economicamente.

“Quando vi que os árabes estavam investindo na Macaúba, em Minas Gerais para produzir querosene verde, pensei: ‘o Babaçu tem ainda mais potencial’. É aí que quero apostar.”

Com apoio técnico de instituições como o IBGE, Ministério da Agricultura e estudos da Embrapa, Antonio quer implantar em Porangatu uma indústria para transformar o Babaçu em biocombustível sustentável (SAF) e grafeno, material ultrarresistente e estratégico para indústrias de defesa e tecnologia.

Médico se torna referência internacional na produção de água de coco e biocombustível

Diversos produtos são comercializados l Foto: |Arquivo pessoal

Dr. Antonio que, além de pediatra, também é engenheiro de alimentos, transformou um projeto acadêmico em um império empresarial baseado na água de coco e aposta agora na produção de querosene verde e grafeno a partir de babaçu.

O médico, cientista e pesquisador, como se define, se destacou no combate à obesidade infantil e transformou um projeto científico em uma empresa que hoje distribui água de coco para 24 países da Europa. A Green Coco Europe, com sede em Nuremberg na Alemanha.

Dr. Antonio Martins, no entanto, ampliou a variedade de produtos derivados do coco e, além da água, passou a comercializar leite de coco, iogurte e cappuccino. Todos os produtos são veganos, ou seja, não contêm leite de origem animal.

Com mais de 35 anos de atuação na pediatria, o Dr. Antônio percebeu em seu consultório que a obesidade infantil crescia de forma alarmante. “A obesidade é um problema social, político e econômico. O número de dias que crianças e adultos perdem no trabalho ou na escola por doenças ligadas ao excesso de peso é imenso”, explica.

Especialista em endocrinologia, ele presidiu a Sociedade Europeia de Endocrinologia Pediátrica e voltou à universidade nos anos 1990 para estudar Engenharia de Alimentos. Durante esse período, descobriu o potencial da água de coco como alimento funcional e saudável — e fez dela o tema de sua tese de doutorado.

O principal desafio? Aumentar a vida útil do produto nas prateleiras. “Se o shelf life (prazo de validade) for curto, o supermercado não compra. Precisávamos chegar a pelo menos um ano de validade”, afirma. Ele conseguiu: desenvolveu e patenteou uma tecnologia de conservação e fundou com a esposa uma pequena empresa para vender água de coco em consultórios médicos. O negócio, no entanto, cresceu vertiginosamente.

Hoje, a empresa é líder de mercado na Europa e está em expansão para os Estados Unidos e Canadá. “Comecei pequeno, mas a demanda cresceu tanto que tive que abrir uma holding na Alemanha e buscar investidores. Hoje, distribuímos para 24 países na Europa e Oriente Médio”, conta.

Apesar de brasileiro, o médico não utiliza mais coco nacional. “O Brasil não atendia à quantidade nem à qualidade necessárias. Hoje, minha matéria-prima vem da Ásia, de fábricas nas Filipinas, Indonésia, Sri Lanka e Índia.”

Mas o aproveitamento do coco não se restringiu à água. Pensando em economia circular, Dr. Antônio Carlos buscou alternativas para o que era descartado como lixo: a fibra e a casca.

Agora, sua nova aposta é o biocombustível sustentável feito a partir dos resíduos do coco e do babaçu: o SAF (sigla em inglês para Sustainable Aviation Fuel), além da produção de grafeno, material valioso na indústria tecnológica e de defesa.

Dr. Antonio mostra água de coco vendidas na Europa l Foto: Arquivo pessoal

Impacto ambiental e social

O projeto de Martins não pretende apenas industrializar. Ele prevê um processo de recuperação ecológica, especialmente do cerrado. “O Babaçu é nativo. Só precisa não ser destruído. Onde tem um pé, nascem milhões em volta. O problema é que cortam para plantar soja”, explica.

Segundo ele, a iniciativa pode evitar o avanço da desertificação, recuperar nascentes e proteger a fauna. “É o bioma mais rico do Brasil. Tatu, tamanduá, siriema, lobo-guará… estão desaparecendo. O cerrado precisa de equilíbrio. E o Babaçu pode trazer isso.”

Martins destaca ainda que existe uma lei federal que protege as quebradeiras de coco de Babaçu, permitindo acesso ao fruto mesmo em terras privadas, o que reforça o papel social do projeto. “Hoje, o óleo do Babaçu não tem valor agregado. Mas com a industrialização, isso muda. É uma revolução social e ambiental.”

Babaçu é elo entre Cerrado e Amazônia e símbolo de futuro sustentável, diz pesquisador

Para o pesquisador, o Brasil abriga dois ecossistemas fundamentais para o equilíbrio ambiental do planeta: a Floresta Amazônica e o Cerrado. Entre esses dois biomas, ele destaca a existência de uma zona de transição extremamente rica em biodiversidade e com alto potencial para o desenvolvimento sustentável.

Floresta de palmeiras do coco babaçu l Foto: Reprodução

“O coco babaçu se destaca como um verdadeiro símbolo de regeneração e equilíbrio ecológico”, afirma Martins.

O Cerrado, segundo o especialista, é o “coração hídrico do Brasil”, por abrigar uma vasta biodiversidade adaptada ao clima seco e alimentar as principais bacias hidrográficas do país. “Infelizmente, mais da metade desse bioma já foi desmatada”, alerta.

É nesse contexto que o babaçu ganha protagonismo. De acordo com Martins, a palmeira nativa tem o poder de fazer a conexão entre os biomas brasileiros. “O babaçu é resistente, regenerador e cresce espontaneamente em áreas de transição. Ele representa uma ponte viva entre a Amazônia e o Cerrado”, explica.

O valor ambiental do babaçu é amplo: “Ele recupera solos degradados, previne a erosão, mantém a umidade e atrai fauna, contribuindo para o reflorestamento natural com espécies nativas.”

Além dos benefícios ecológicos, o babaçu também possui grande importância econômica e social. “A cadeia do babaçu gera renda para comunidades tradicionais e para milhares de mulheres quebradeiras de coco. Ela impulsiona a economia de base florestal, reduz o êxodo rural e promove a inclusão produtiva”, destaca.

Para o pesquisador, fortalecer essa cadeia produtiva é um dos caminhos mais promissores para a sustentabilidade no país. “Precisamos de políticas públicas consistentes e incentivos à bioeconomia, com foco na recuperação de áreas degradadas por meio de espécies nativas.”

Martins defende que preservar a Amazônia e o Cerrado deve ser uma ação conjunta. “O babaçu é o elo vivo entre esses dois biomas e um verdadeiro símbolo de um futuro sustentável. Proteger o babaçu é proteger os corações verdes do Brasil”, conclui.

Mulheres quebradeiras de coco babaçu l Foto: Carolina Motoki

O modelo de financiamento

Para viabilizar o projeto, Martins busca apoio institucional. “Existem recursos. A União Europeia pode liberar verbas se houver garantias. Tenho cartas de intenção de grandes empresas de defesa interessadas no grafeno. Mas também preciso do apoio político no Brasil”, diz.

Segundo ele, o BNDES e fundos ambientais são fontes possíveis. A proposta é montar uma parceria ampla, com participação de empresários, produtores e governo. “Não é o meu projeto. É o nosso projeto”, reforça.

Caminho sem volta

A última vez que Dr Antonio Martins pisou em Porangatu foi há mais de quatro décadas. Agora, articula com parentes e lideranças políticas locais, como o ex-deputado Carlos Rosenberg e o primo Elilmar Gonçalves – para viabilizar a instalação da indústria. “Estamos unindo forças. Sozinho não dá. É como o monumento do Palácio das Esmeraldas, com várias mãos levantando o mastro.”

todos os produtos distribuídos pela Green coco Europe l Foto: Arquivo pessoal

Ele acredita que a iniciativa pode transformar Porangatu num polo industrial limpo e sustentável, com geração de empregos e valorização regional. “Porangatu pode ser a nova Arábia Saudita, mas do biocombustível.”

E conclui: “Se eu consegui trazer água de coco para a Europa, por que não vou conseguir isso? Só saio desse planeta depois de deixar esse projeto de pé”, afirma.

O salto para o biocombustível e o grafeno

Há cerca de 10 anos, Dr. Antonio Martins passou a investir na pesquisa de derivados do coco para produção de combustíveis sustentáveis. Com apoio do Instituto SENAI de Inovação (Cimatec), em Salvador, passou a desenvolver SAF — querosene verde para aviação.

“Todos os países estão criando legislações para reduzir as emissões de carbono. O Brasil, por exemplo, já exige que 1% do combustível de aviação seja SAF, aumentando a cada ano. Isso cria uma demanda bilionária”, explica.

Além do coco, Dr. Antônio viu potencial em plantas nativas do Cerrado, como o babaçu e a macaúba. “O babaçu é uma planta ancestral, com papel fundamental na conservação hídrica do Cerrado e da Amazônia. Sua casca dura pode ser carbonizada e transformada em grafite e, depois, em grafeno.”

O grafeno, destaca, é o material mais resistente do planeta e está presente em tecnologias de ponta — de telas sensíveis ao toque a componentes de drones e mísseis. “A Europa está se rearmando por causa da guerra na Ucrânia. A demanda por grafeno vai explodir.

Dr. Antonio, a esposa e os três filhos l Foto: Arquivo pessoal

Porangatu no centro da nova fase

O médico-empresário planeja agora um projeto de impacto ambiental, econômico e social: transformar sua cidade natal em polo de produção de biocombustíveis e grafeno. “Porangatu está no coração do Cerrado. A região é estratégica para o plantio de babaçu e macaúba, e pode se tornar referência mundial em energia limpa.”

Ele já abriu uma empresa no Brasil em parceria com um investidor do Ceará e mantém diálogo com grupos internacionais interessados em financiar a recuperação do Cerrado por meio de cadeias produtivas sustentáveis. “Só plantar árvores na Amazônia não basta. Sem o Cerrado, a floresta não sobrevive. Precisamos recuperar o bioma e dar valor econômico às plantas nativas”, defende.

A visão de Dr. Antônio Carlos vai além do lucro. Ele acredita que a sustentabilidade é o caminho para transformar realidades locais e enfrentar desafios globais. “O produto mais valioso hoje é a energia. E temos, aqui no Brasil, condições únicas para produzi-la de forma limpa, eficiente e sustentável.”

Com um pé na ciência e outro nos negócios, o médico de Porangatu se tornou uma ponte entre o conhecimento acadêmico e soluções de mercado que podem ajudar a frear as mudanças climáticas e impulsionar o desenvolvimento econômico verde.

Grafeno: o material do futuro que pode revolucionar a indústria e a tecnologia

Descoberto em 2004 pelos cientistas Andrei Geim e Konstantin Novoselov, o grafeno é apontado como um dos materiais mais promissores da ciência moderna. Composto por uma camada única de átomos de carbono organizados em estrutura hexagonal, ele é considerado o material mais leve e resistente já conhecido — e ainda se destaca pela alta condutividade elétrica e térmica.

Película feita de grafeno l Foto: Reprodução

A relevância da descoberta foi reconhecida com o Prêmio Nobel de Física em 2010. Desde então, o grafeno vem atraindo atenção global por seu potencial em diversas áreas. Com o objetivo de acelerar a pesquisa e aplicação comercial desse material, a União Europeia criou o projeto internacional “Graphene Flagship”, que investe em inovações tecnológicas baseadas nessa estrutura incomum.

Aplicações que já despontam

As possíveis aplicações do grafeno são amplas e impactam desde a indústria até o setor de saúde. Entre os usos com maior potencial, estão:

  • Modernização de redes elétricas;
  • Fontes de luz mais eficientes energeticamente;
  • Novos semicondutores para a chamada spintrônica;
  • Revestimentos anticorrosivos mais duráveis;
  • Sistemas de purificação e dessalinização da água;
  • Comunicação por meio de sistemas optoeletrônicos.

A pesquisa também avança para o uso do grafeno em estruturas de veículos, como carros, aviões e navios, com o objetivo de torná-los mais leves e resistentes. Em combinação com outros materiais, como borracha, o grafeno pode originar compostos condutores de calor, como uma borracha termicamente condutiva. Já foram desenvolvidas inclusive folhas de “papel de grafeno”, extremamente fortes e capazes de conduzir eletricidade.

Brasileiro: primeiro capacete feito com grafeno fabricado no mundo l Foto: Divulgação

Propriedades únicas

O grafeno possui uma combinação rara de características que o tornam objeto de estudo intensivo:

  • Mecânicas: mais resistente que o aço e altamente flexível;
  • Elétricas: excelente condutor de eletricidade, ideal para eletrônicos;
  • Térmicas: dissipa calor mais rápido que qualquer outro material conhecido;
  • Químicas: é quimicamente estável, com baixa reatividade.

Presente e futuro da aplicação

Hoje, o grafeno já começa a ser incorporado em protótipos de telas sensíveis ao toque, baterias, sensores biomédicos, materiais de construção e até mesmo na indústria da moda. Na saúde, promete avanços em próteses, tratamento de câncer e liberação controlada de medicamentos. No setor energético, é estudado para o desenvolvimento de supercondensadores e painéis solares mais eficientes.

Apesar de suas vantagens, a produção em larga escala do grafeno ainda enfrenta desafios, principalmente relacionados ao custo e à complexidade para manter a qualidade do material.

Potencial revolucionário

Pesquisadores acreditam que o grafeno pode causar uma revolução comparável à do silício nos anos 1950. Com sua combinação de leveza, resistência e condutividade, o material é visto como peça-chave para o avanço de diversas tecnologias nos próximos anos.

Plástico de grafeno l Foto: Reprodução

Grafeno avança na biomedicina com aplicações em diagnóstico, terapias e combate a infecções

O grafeno tem se destacado como uma promissora inovação na área da biomedicina, com aplicações tanto diagnósticas quanto terapêuticas. Na forma de óxido, o material apresenta alta biocompatibilidade e solubilidade, facilitando a administração precisa de medicamentos, como anti-inflamatórios e agentes anticancerígenos.

Sua excelente condutividade térmica permite o uso em tratamentos contra o câncer, com a destruição de tumores por meio de termolesão — técnica que utiliza calor para reduzir dores e tratar tecidos lesionados. Já estão em desenvolvimento roupas e acessórios médicos aquecidos com o material.

Além disso, folhas de grafeno funcionam como biossensores em dispositivos portáteis capazes de detectar doenças como câncer, epilepsia e Parkinson. Uma sonda desenvolvida por pesquisadores poloneses promete revolucionar exames de ECG, ao medir sinais diretamente do coração.

O grafeno também se mostra eficaz no combate a infecções, graças às suas propriedades antibacterianas, e pode ser base para novos desinfetantes e curativos. Na engenharia de tecidos, andaimes de grafeno têm se mostrado altamente resistentes e capazes de acelerar a regeneração celular e a diferenciação de células-tronco.

Placa de grafeno l Foto: Reprodução

Novo, mas promissor

Você já imaginou recarregar seu smartphone em apenas 15 minutos e só precisar conectá-lo à tomada uma semana depois? Ou ainda poder dobrar, amassar e contorcer seu aparelho telefônico sem comprometer seu funcionamento? Pois é, tudo isso pode se tornar realidade em alguns anos, graças ao grafeno.

A descoberta ainda é recente, o que explica por que muitas pessoas ainda não conhecem esse material e seus benefícios. No entanto, em breve ele estará presente em nossos tablets, smartphones e outros dispositivos do dia a dia. A era do grafeno está apenas começando.

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