Do jornal O Globo
Há apenas 35 anos, no dia 17 de maio de 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirava a homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças. Desde 2010, este dia ficou conhecido como o Dia Internacional contra a Homofobia, a Transfobia e a Bifobia para marcar e celebrar a luta contra o preconceito e a discriminação contra pessoas LGBTQIAPN+.
No Brasil, o Supremo Tribunal Federal (STF) passou a enquadrar a LGBTfobia dentro da Lei do Racismo, diante da ausência de uma lei específica aprovada pelo Congresso Nacional. A pena para o eventual crime pode chegar a 5 anos de reclusão e multa.
No início deste ano um dossiê realizado pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) apontou que o Brasil continua sendo um dos países mais letais para pessoas trans e travestis. Ao longo do ano passado, foram registrados 122 mortes.
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O levantamento indicou que houve uma redução de 16% em relação ao ano anterior, mas que pelo 16º ano consecutivo, o país é o que mais assassina pessoas trans e travestis no mundo.
A pesquisa apontou que o perfil das vítimas em sua maioria são de jovens, pretas, pobres e nordestinas. E que a expectativa de vida dessa população é de até 35 anos.
A data é utilizada para promover ações de combate ao preconceito e à discriminação, além de sensibilizar sobre a necessidade de respeitar diferentes orientações sexuais e identidades de gênero.
Ultimamente, a sigla mais usada para se referir à comunidade é LGBTQIAPN+, que contempla boa parte da diversidade de gêneros, identidades e orientações sexuais que compõem o grupo — entre eles: há lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, queer, intersexuais, assexuais, pansexuais. Para cada letra, há histórias de lutas. Porém, ela já foi simplesmente LGBT e até mesmo GLS.
Inicialmente chamada de GLS (gays, lésbicas e simpatizantes), a sigla foi mudando de acordo com as mudanças que ocorreram nas pautas e com a busca por direitos de representantes do movimento.
Criado no anos 1990, o antigo acrônimo GLS — em referência a gays, lésbicas e simpatizantes — caiu em desuso em 2008 por não ser considerado inclusivo.
Após um debate dentro do movimento, a necessidade de maior visibilidade lésbica acabou puxando a letra para frente, resultando na denominação LGBT, incluindo bissexuais, trans e travestis.
A partir de 2013, surgiram versões atualizadas, passando a representar outras identidades e expressões não reivindicadas.
Entenda o que significa cada letra:
- L — Lésbicas: mulheres que sentem atração sexual e/ou afetiva por outras mulheres
- G —Gays: homens que sentem atração sexual e/ou afetiva por outros homens
- B — Bissexuais: pessoas que sentem atração sexual e/ou afetiva por mais de um gênero
- T — Transgêneros: pessoas que não se identificam com seu gênero biológico e assumem uma identidade diferente da atribuída ao nascer. Nesse grupo estão ainda as travestis, que não se reconhecem no gênero masculino, mas em uma expressão de gênero feminina
- Q — Queer: identidades e expressões de gênero e sexualidade que não se encaixam nas normas da heteronormatividade (de heterossexualidade ou binarismo de gênero), como drag queens
- I — Intersexo: pessoas nascidas com características biológicas (genitais, hormônios, etc.) que não se enquadram nas definições típicas de sexo masculino ou feminino
- A — Assexuais, agênero ou arromânticos: aqueles que não sentem atração sexual por outras pessoas
- P — Pansexuais e polissexuais: indivíduos que sentem atração sexual e/ou afetiva por outras pessoas, independentemente do gênero ou identidade de gênero
- N — Não-binários: pessoas que não se identificam com nenhum gênero, ou que se identificam com vários gêneros
- + — O “+” representa outras identidades e orientações sexuais não mencionadas na sigla e gêneros fluidos, reconhecendo a vasta diversidade que existe
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