O vereador Felipe Cortez (PL), de Aparecida de Goiânia, foi um dos alvos da Polícia Civil de Goiás em uma operação deflagrada nesta quinta-feira, 15, que apura a suposta negociação da nomeação de uma pessoa para ocupar um cargo em comissão no Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO). Conforme apurado pela reportagem, um mandado de busca e apreensão foi cumprido na residência do parlamentar, em um condomínio de luxo de Goiânia.
Ao Jornal Opção, Felipe Cortez negou se tratar de um mandado de busca e apreensão, e declarou que o que chegou até sua casa foi uma “intimação da Polícia Civil”. O vereador também considerou a ação uma “perseguição” contra ele. No entanto, a reportagem confirmou, por fontes que acompanharam a operação, que houve, de fato, o cumprimento de mandado.
Já o Detran-GO, em nota, declarou que a investigação diz respeito a uma suposta negociação anterior à gestão atual, e se eximiu “de qualquer responsabilidade sobre os fatos apurados, cabendo eventuais esclarecimentos à presidência da época”. Veja a nota ao final da matéria.
De acordo com informações da Polícia Civil, a investigação começou após a instituição tomar conhecimento de uma conversa em um aplicativo de mensagem ocorrida em maio de 2022, entre um empresário e um advogado, na qual o defensor pedia o pagamento de R$ 900 mil a pretexto de influir na nomeação de um indicado do empresário para ocupar um cargo em comissão na Gerência do Departamento de Tecnologia da Informação do Detran, na última gestão.
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O advogado dizia agir a pedido de um colega de partido, identificado como candidato derrotado a deputado estadual em Goiás em 2022, que atualmente é vereador no município de Aparecida de Goiânia, nesses termos. “O Detran lá é nosso, mas o jogo é dele”, afirmou o advogado.
Na sequência, ainda segundo a Polícia Civil, há a pressão para o recebimento da propina: “Faz o Pix aí”; “Lindão, faz logo de 100″. Em outras mensagens, o advogado pede o adiantamento de R$ 100 mil para o suposto amigo colega de partido.
Com o avanço das investigações, a polícia conseguiu autorização para o cumprimento de medidas cautelares de busca e apreensão e afastamento de sigilo fiscal, bancário, telefônico e telemático contra os investigados.
O que diz o Detran-GO
“O Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO) esclarece que investigação diz respeito a uma suposta negociação de cargo ocorrida em 2022, gestão anterior à atual. Diante disso, o Detran-GO esclarece que a atual administração se exime de qualquer responsabilidade sobre os fatos apurados, cabendo eventuais esclarecimentos à presidência da época.
Importante ressaltar que, conforme já reconhecido pela Polícia Civil, a nomeação mencionada na investigação nunca se concretizou, e os nomes de agentes públicos foram utilizados de forma indevida, com indícios de tentativa de engodo por parte de terceiros que não possuem vínculo com o órgão.
A atual gestão do Detran-GO tem atuado com tolerância zero à corrupção. Desde seu início, mais de 100 servidores foram afastados por condutas irregulares, e diversas quadrilhas foram desarticuladas internamente, antes mesmo da atuação da polícia. Todos os casos são devidamente comunicados à Polícia Civil e ao Ministério Público do Estado de Goiás.
O Detran-GO reforça seu compromisso com a transparência, integridade e legalidade na administração pública.”
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