Em contundente discurso na Assembleia Legislativa de Pernambuco, o vice-presidente da Alepe, deputado Rodrigo Farias (PSB), voltou a denunciar o colapso da segurança pública no Estado e criticou duramente a inércia do governo Raquel Lyra (PSD) diante do crescimento da violência. Desta vez, o parlamentar alertou para a grave situação em São Lourenço da Mata e Cabo de Santo Agostinho, dois municípios da Região Metropolitana do Recife, que vêm enfrentando escalada de homicídios e ausência de medidas eficazes do Estado.
No caso de São Lourenço, Rodrigo Farias denunciou a retirada do Batalhão da Polícia Militar da cidade, o que, segundo ele, representa um risco ainda maior para a segurança da população local. “Em 2023, São Lourenço registrou 86 homicídios, o maior número dos últimos 20 anos. Agora, cogitam tirar o batalhão de um município com 117 mil habitantes e que será palco da Copa do Mundo Feminina em 2027. Isso é um absurdo, é um convite à criminalidade”, afirmou. O deputado conseguiu aprovar na Comissão de Assuntos Municipais uma audiência pública para discutir o tema com a sociedade, a Prefeitura e a Secretaria de Defesa Social.
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Já no Cabo de Santo Agostinho, o cenário é igualmente alarmante. O deputado destacou que, somente nos três primeiros meses de 2025, foram registrados 36 homicídios e 17 casos de estupro. Em 2024, o município acumulou 159 assassinatos, um aumento de 16% em relação a 2023. A crise chegou a tal ponto que o prefeito e os vereadores pediram o envio da Força Nacional de Segurança, um recurso extremo, segundo o parlamentar.
Rodrigo também criticou o que chamou de “apagão tecnológico” da segurança pública. “Pernambuco está há mais de um ano e quatro meses sem câmeras de monitoramento funcionando. A promessa era instalar 2 mil equipamentos, mas até agora nada. O governo não consegue nem concluir uma licitação”, disparou. Ele lembrou ainda de casos recentes que chocaram o Estado, como os sequestros de empresários e o arrastão nas Lojas Americanas de Boa Viagem, para ilustrar o avanço do crime organizado.
Para o deputado, Pernambuco está “sem plano, sem estratégia, sem comando” na área da segurança. “O que vemos é um processo perigoso de desmonte da segurança pública. Acabaram com o Pacto pela Vida e deixaram o povo entregue à própria sorte. O que falta é gestão, compromisso e respeito com quem vive nesse Estado”, concluiu.
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