Pela primeira vez em sua história, o Estado de Goiás está conduzindo uma avaliação própria sobre o risco de extinção de espécies da fauna local, com foco inicial em 35 espécies de Rivulídeos — pequenos peixes de água doce conhecidos pela fragilidade ecológica e beleza singular. A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) deu início, nesta sexta-feira, 9, a uma consulta pública direcionada à comunidade científica, que terá até o dia 8 de junho para contribuir com dados por meio do sistema estadual BioData.
Segundo a Semad, o objetivo é formar uma base técnica sólida para orientar ações de preservação da biodiversidade goiana. A participação é simples: basta acessar o portal BioData (https://biodata.meioambiente.go.gov.br), inserir o nome da espécie desejada na barra de pesquisa e, após selecionar a espécie de interesse, preencher a seção “contribuições” com informações.
A Semad ressalta que, após o envio, os dados serão revisados por especialistas e incorporados às fichas técnicas das espécies, compondo o levantamento oficial do risco de extinção local. Excepcionalmente para este grupo, estarão disponíveis para consulta apenas 35 espécies.
Veja a lista completa abaixo:
Cynolebias griseus
Hypsolebias brunoi
Hypsolebias flammeus
Hypsolebias marginatus
Hypsolebias notatus
Hypsolebias radiosus
Maratecoara lacortei
Melanorivulus crixas
Melanorivulus faucireticulatus
Melanorivulus formosensis
Melanorivulus illuminatus
Melanorivulus javahe
Melanorivulus kayapo
Melanorivulus kunzei
Melanorivulus litteratus
Melanorivulus nigromarginatus
Melanorivulus pinima
Melanorivulus planaltinus
Melanorivulus proximus
Melanorivulus rubromarginatus
Melanorivulus rutilicaudus
Melanorivulus salmonicaudus
Melanorivulus ubirajarai
Melanorivulus vittatus
Melanorivulus zygonectes
Pituna brevirostrata
Pituna poranga
Plesiolebias aruana
Plesiolebias lacerdai
Simpsonichthys margaritatus
Simpsonichthys nigromaculatus
Simpsonichthys parallelus
Simpsonichthys punctulatus
Spectrolebias costai
Trigonectes rubromarginatus
Modelo de consulta adaptado para Goiás
Embora o Brasil já possua um banco de dados nacional, gerenciado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a ausência de uma lista estadual pode mascarar a real situação da fauna goiana. A Semad alerta que é possível que uma espécie esteja ameaçada em Goiás, mas essa realidade não é reconhecida nacionalmente.
Outro ponto importante da iniciativa é que a metodologia adotada segue os critérios da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês). Essa abordagem garante que as análises terão respaldo científico internacional, com padrões já adotados pelo próprio ICMBio em suas avaliações.
Para viabilizar o projeto, o Governo de Goiás criou o BioData, sistema exclusivo de coleta, organização e disponibilização de informações ambientais. Embora ainda esteja restrito a gestores públicos e especialistas envolvidos no processo, a plataforma será aberta à sociedade após o término das análises.
A iniciativa da Semad é parte de um esforço para avaliar todas as 1,7 mil espécies de vertebrados que habitam o estado — incluindo mamíferos, aves, répteis e anfíbios — além de cerca de 900 espécies de invertebrados, como libélulas, abelhas, aracnídeos e moscas.
Leia também:
Livro infantil de escritora goiana concorre a prêmio de Melhor Capa na Bienal do Livro do Rio
Justiça suspende concursos em Rio Verde até inclusão de 20% das cotas raciais
O post Goiás realiza primeira consulta pública para mapear risco de extinção de peixes locais apareceu primeiro em Jornal Opção.