O conclave dos cardeais da Igreja Católica decidiu na tarde desta quinta-feira, 8, que Robert Prevost deverá ser o novo papa que irá comandar a religião para os próximos anos. Com o nome de Papa Leão XIV, Prevost é o primeiro norte-americano a assumir o controle do papado e é apontado como parte do grupo reformista do antecessor, papa Francisco, contudo, possui controvérsias quando era padre de igreja peruana.
Nascido na cidade de Chicago, nos Estados Unidos da América (EUA), Prevost incumbiu logo cedo a vida monástica do catolicismo, como afirmou o irmão do sacerdote, John, a um noticiário local. Formado em teologia pela União Teológica Católica, aos 27 anos Prevost decidiu ingressar na Ordem de São Agostinho como um iniciante, tendo feito seus primeiros votos no ano seguinte, em 1978 aos 28 anos.
Sete anos depois, fez parte de um trabalho missionário para o Peru, onde a partir dali passou os seus dez primeiros anos na cidade de Trujillo, na costa norte peruana. Naquela época, Prevost ganhava renome como um defensor dos direitos humanos por manifestar pelas pessoas que eram ideologicamente perseguidas pelo então presidente Alberto Fujimori.
Após a missão no país sul americano, o sacerdote retorna a Chicago onde começa a ascensão na ordem agostiniana, onde foi eleito duas vezes para a posição de prior geral em 2001. A posição é um título de liderança dos monges da ordem, que remonta aos trabalhos de Santo Agostinho, no Séc V. Treze anos depois, retorna para o Peru como bispo de Chiclayo após ter sido nomeado pela posição por Francisco até o ano de 2023.
Após o período, foi novamente nomeado para a posição de prefeito do Dicastério para os Bispos com o título de arcebispo-bispo de Chiclayo, no qual no mesmo ano foi exercer a recém criada posição de cardeal-diácono de Santa Mônica dos Agostinhos, em Roma, apenas para ser promovido a cardeal-bispo em 2025.
Escândalos de acobertamento
Durante a trajetória, Prevost acumulou dois escândalos de acobertamento de abusos sexuais que teriam ocorrido na época em que era líder ecumênico das igrejas e dos conselhos monásticos.
Durante a liderança da ordem agostiniana, um caso ressurgiu na década de 90 quando um grupo de homens acusou Prevost de ter acobertado os abusos cometidos pelo padre Richard McGrath, ao qual foi removido do cargo apenas no ano de 2017 depois de investigações de pedofilia. Em 2018, uma das vítimas chegou num acordo jurídico de USD$ 2 milhões com a Diocese de Julieta pelos crimes de McGrath.
Em 2023, o monge foi acusado novamente de ser omisso contra denúncias de estupro e pedofilia que ocorreram por padres de Chiclayo em 2020. Em 2022, foi informado que Prevost teria acionado o Vaticano, que então afastou um dos padres preventivamente.
Centrista e aliado de Francisco
Durante a sua história, Prevost foi apontado por tomar posições centristas e moderadas da Igreja Católica. Durante o comando da diocese de Chiclayo, criticou a esquerda ideológica peruana que pedia a legalização do aborto, eutanásia e os direitos LGBT. Por outro lado, já criticou o presidente americano Donald Trump e o vice J.D Vance nas redes sociais.
Pela atuação na américa latina, Papa Leão XIV formou uma relação próxima de Francisco, ao qual apoiava as medidas reformistas que aconteciam na Igreja. Apesar disso, fontes externas afirmam que Prevost segue uma vida discreta e longe dos holofotes. Até então, não era um dos possíveis preferidos para a posição, conhecida como Papabile.
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