Por Manoel Guimarães – especial para o Blog
A saída do PDT da base do governo Lula e os constantes movimentos de pressão de partidos do chamado centrão são vistos como naturais pelo senador e presidente nacional interino do PT, Humberto Costa. O dirigente avalia que o governo tem melhorado seu desempenho e sua comunicação, e que chegará forte para a reeleição em 2026, o que, por extensão, seria importante para manter as alianças.
“A eleição ainda está longe. Se os partidos têm hoje espaços importantes nos ministérios, é porque há neles segmentos expressivos apoiam o governo. A expectativa é que possamos ter o apoio dessas forças para a disputa. Tudo vai depender de como o presidente Lula chegará, mas como nós achamos que ele chegará bem, então poderemos contar com vários partidos. Acho que eles vão permanecer”, colocou o senador, em entrevista ao podcast Direto de Brasília, ancorado por Magno Martins.
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Sobre a saída do presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, do Ministério da Previdência após uma série de denúncias na pasta, Humberto disse respeitar a história do partido, que sempre teve ideal progressista. No entanto, a situação do ex-ministro “tornou muito difícil a continuidade”.
“Acredito que a posição de independência da bancada do PDT não será uma postura de oposição. É natural, mas não se pode dizer que o governo não foi solidário com Lupi e o PDT, tanto que o presidente aceitou a indicação do companheiro Wolney Queiroz para o ministério. Ao ponto em que a coisa chegou, era difícil ele (Lupi) permanecer. Creio que essa manifestação (independência) é muito em cima do calor dos fatos, mas é possível buscar a reconstituição dessa relação, com os parlamentares e o partido de modo geral”, observou Humberto.
Sobre o fato dos partidos do centrão (leia-se União Brasil, MDB, PP, Republicanos e PSD) ocuparem 11 ministérios na Esplanada, o dirigente petista atribuiu o quadro ao resultado das últimas eleições, em que os presidentes não conseguiram construir maiorias legislativas com seus partidos.
“Tem sido uma constante no Brasil o presidente da República ser eleito com mais de 50% dos votos, mas seu partido ter somente 20% dos deputados e uma quantidade pequena de senadores. Por isso se busca a coalisão. Acho que houve alguns erros iniciais na formação do governo, ministérios foram entregues a partidos sem que houvesse clareza de que eles dariam votos necessários para aprovar propostas, embora o centrão não tenha faltado com o governo em temas como o arcabouço fiscal, a PEC da transição e a reforma tributária. Acredito que vai continuar assim”, concluiu.
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