
O Brasil alcançou a 84ª posição no ranking global do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), segundo relatório divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) nesta terça-feira (6). O índice brasileiro subiu para 0,786 em 2023, considerado alto, após crescer 0,77% em relação ao ano anterior. Desde 1990, o Brasil teve um crescimento médio anual de 0,62%.
Apesar do avanço, o documento chama atenção para dois pontos críticos, segundo Pedro Conceição, coordenador do levantamento: “Estamos progredindo de forma mais lenta. Na verdade, é o progresso mais lento na história, se não considerarmos o período de declínio do IDH [devido à pandemia de covid-19]”. Ele alerta que, caso o ritmo anterior a 2020 fosse mantido, o mundo atingiria índices muito altos até 2030, mas agora isso foi adiado por décadas. O segundo problema, segundo Conceição, é que os países com baixo IDH continuam para trás pelo quarto ano consecutivo, rompendo uma tendência de décadas de convergência global.
Pontuação e outros dados
O Brasil está no grupo de 49 países com desenvolvimento humano alto (IDH entre 0,700 e 0,799). Os líderes mundiais são Islândia (0,972), Suíça e Noruega, enquanto o Sudão do Sul ocupa a última posição (0,388). O IDH médio mundial subiu para 0,756 em 2023, um aumento de 0,53%.
Contudo, ao ajustar o IDH pela desigualdade social, o Brasil cai para 0,594, ocupando apenas a 105ª posição global e sendo reclassificado como país de IDH médio. No comparativo entre gêneros, as mulheres brasileiras apresentam IDH ligeiramente superior (0,785) ao dos homens (0,783), com melhores resultados em expectativa de vida e escolaridade, mas menor PIB per capita. Já no IDH ajustado pela pegada de carbono, o Brasil marca 0,702, ocupando a 77ª colocação mundial.
IA – Inteligência artificial
O tema deste ano do relatório é a inteligência artificial, destacada pelo administrador do Pnud, Achim Steiner, como uma ferramenta que deve ser usada para fortalecer o desenvolvimento humano: “Nossa capacidade de explorar essa nova fronteira exige cooperação internacional, garantindo que possamos prosperar juntos e enfrentar os riscos do futuro”. Ele defende que a IA pode aumentar a engenhosidade, diversidade, imaginação e empreendedorismo humanos, mas isso exige cooperação internacional, especialmente dos países mais ricos.
Segundo Steiner, é essencial garantir que a inteligência artificial “nos dará, como seres humanos, a oportunidade de aumentar nossa engenhosidade, nossa diversidade, nossa imaginação, nosso empreendedorismo e, acima de tudo, uma confiança de que, no século XXI, podemos nos desenvolver e prosperar juntos, ao mesmo tempo em que enfrentamos os riscos para o nosso futuro juntos”.
Confira a integra do relatório (em inglês) aqui.
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com agências
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