A filósofa e escritora Djamila Ribeiro acaba de alcançar um feito inédito: foi convidada a lecionar no Massachusetts Institute of Technology (MIT), uma das mais prestigiadas universidades do mundo, como parte do programa Dr. Martin Luther King Jr. Com isso, ela se torna a primeira brasileira a integrar a iniciativa, que há mais de três décadas homenageia o legado do ativista norte-americano dos direitos civis.
O anúncio foi feito pela própria Djamila em suas redes sociais, na quinta-feira, 27. Na publicação, ela destacou o peso simbólico do convite e o reconhecimento que representa para sua trajetória. “Sou a primeira brasileira convidada a participar do programa que existe desde a década de 90, nessa instituição de excelência, cujo nome carrega muita história e significado”, escreveu.
Criado em 1991, o Programa de Professores e Acadêmicos Visitantes Dr. Martin Luther King Jr. tem como objetivo atrair nomes que se destacam na promoção da liberdade acadêmica, científica, humana e religiosa. Desde então, cerca de 160 pesquisadores de diferentes áreas passaram pelo MIT por meio da iniciativa.
O convite partiu do professor Joaquin Terrones, colega de Djamila na universidade. A participação da brasileira será inicialmente de um ano, com possibilidade de renovação por mais um. Em cada ano, um semestre será sabático, o que permitirá à escritora se dedicar a projetos de pesquisa e produção intelectual.
Com formação acadêmica sólida, Djamila é graduada e mestre em Filosofia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Além disso, é uma das vozes mais influentes no debate sobre feminismo negro e antirracismo no Brasil. Coordena a coleção Feminismos Plurais e é autora de obras como Lugar de Fala (2017), Quem Tem Medo do Feminismo Negro? (2018), Pequeno Manual Antirracista (2019) e Cartas para minha avó (2021), que somam mais de um milhão de exemplares vendidos.
A chegada de Djamila ao MIT reforça a importância de ampliar o diálogo entre diferentes perspectivas culturais e sociais dentro da academia global. Sua presença representa um passo significativo na valorização do pensamento produzido a partir da experiência brasileira e negra em espaços internacionais de excelência.
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