O anúncio do fechamento do Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Orlando Alves Carneiro, no Setor Campinas, em Goiânia, provocou fortes acontecimentos entre pais, responsáveis e profissionais da educação. A unidade atende atualmente 129 crianças e, segundo a Prefeitura, será desativada por questões de segurança. A unidade educacional permanece em funcionamento até o dia 30 de junho. Pais e responsáveis organizaram uma manifestação contra a medida nesta sexta-feira, 25.
De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, os responsáveis pelas crianças foram informados previamente e já receberam encaminhamentos para outras unidades da região. A pasta afirma que a equipe do CMEI tem atuado desde o início de abril no diálogo com as famílias, oferecendo em outros centros próximos, conforme a preferência dos responsáveis.
A insatisfação por parte das famílias se intensificou com a perspectiva de descontinuidade do atendimento no local. Para muitos pais, o fechamento representa um impacto direto na rotina e na logística familiar.
A vereadora Aava Santiago (PSDB) protocolou no dia 14 um requerimento no Tribunal de Contas dos Municípios do Estado de Goiás (TCM-GO), solicitando a adoção de uma medida cautelar para suspender o fechamento da unidade até que haja total transparência sobre o futuro dos alunos e servidores afetados pela medida.
Em resposta ao pedido da parlamentar, o Ministério Público de Contas recomendou no último sábado, 26, a suspensão imediata da medida cautelar de urgência para fechamento do Centro educacional.
Risco estrutural e segurança
Segundo a Prefeitura, a principal justificativa para a desativação é a falta de segurança estrutural do prédio. O CMEI funciona em um imóvel de três andares, com escadas estreitas e refeitório localizado no terceiro pavimento. A preocupação da administração municipal é com a evacuação de crianças em caso de emergência.
“A escada tem aproximadamente dois metros de largura. Em uma situação de emergência, como uma professora conseguiria descer com 20 crianças?”, questionou a titular da Secretaria de Educação, Giselle Pereira Campos Faria, destacando que, embora nunca tenha ocorrido um incidente, o risco existe. “Nosso compromisso é atender todas as crianças, mas com responsabilidade”, completou.
Laudo técnico aponta infiltrações e estrutura deteriorada
Um relatório técnico elaborado por uma engenheira a pedido da Prefeitura embasa a decisão de fechamento. O documento apresenta fotografias e observações sobre as condições do prédio, incluindo infiltrações persistentes, estrutura antiga do telhado e presença de mofo nas paredes.
O laudo afirma que a infiltração de água da chuva, agravada no período chuvoso, compromete a salubridade dos ambientes, gerando transtornos para funcionários e alunos. O documento sugere que uma nova instalação seja providenciada para atender crianças atualmente matriculadas no CMEI.
Próximos passos
Enquanto o prazo de funcionamento da unidade segue até o final de junho, a Secretaria de Educação continua o processo de remanejamento das crianças. A pasta reforça que todas as vagas estão garantidas em unidades próximas e que o fechamento tem como foco preservar a segurança de todos os envolvidos.
Segundo a prefeitura, não há mais déficit na educação infantil de Goiânia– problema que perdurou durante toda a gestão do ex-prefeito Rogério Cruz. O prefeito Sandro Mabel alega ter criado 6 mil novas vagas desde o início de sua gestão.
A Prefeitura ainda não anunciou se pretende reformar o prédio ou construir uma nova unidade para substituir o CMEI Orlando Alves Carneiro.
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