A onça-pintada que atacou e matou o caseiro Jorge Avalo, de 60 anos, no interior de Mato Grosso do Sul, segue em tratamento no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), localizado em Campo Grande. Capturado no dia 24 de abril, três dias após o incidente, o animal apresenta um quadro de saúde grave, incluindo desidratação e complicações nos sistemas hepático, renal e gastrointestinal.
A expectativa é que, após a recuperação, a onça não seja devolvida ao seu habitat original, como ocorre com outros animais silvestres, mas seja transferida para um recinto adequado, seja permanente ou provisório.
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em conjunto com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) de Mato Grosso do Sul, decidirá o destino final da onça. De acordo com uma nota oficial, o animal será inserido no Programa de Manejo Populacional da Onça-Pintada, que visa a conservação da espécie e o controle de sua população em diversos biomas brasileiros.
O ataque, que chocou a comunidade local, ocorreu na manhã de segunda-feira, 21, quando Jorge Avalo estava coletando mel em um deck próximo à mata, na região de Touro Morto, a cerca de 230 km de Campo Grande.
O felino atacou repentinamente, surpreendendo a vítima, e o corpo foi encontrado na terça-feira, 22, após buscas realizadas por moradores e autoridades. O animal, após arrastar o corpo por cerca de 50 metros, recuou apenas quando foi dispersado por disparos de arma de fogo.
A motivação para o ataque ainda está sendo investigada pelas autoridades, que consideram várias hipóteses, como a escassez de alimento, comportamento defensivo da onça ou um impulso relacionado ao período reprodutivo do animal. Também está sendo analisada a possibilidade de que um movimento involuntário de Jorge tenha provocado o ataque.
Este incidente traz à tona a complexa relação entre seres humanos e grandes predadores em regiões onde o avanço das atividades humanas entra em contato direto com o habitat natural de animais como a onça-pintada. O ICMBio e as autoridades locais reforçam a importância de programas de manejo e preservação da fauna, que não apenas protejam a biodiversidade, mas também minimizem conflitos entre os seres humanos e a vida selvagem.
O tratamento da onça e os estudos sobre sua reabilitação seguem em andamento, com o objetivo de garantir tanto a saúde do animal quanto a segurança das comunidades locais, em conformidade com as normas ambientais e de preservação da espécie.
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