
Categoria exige reajuste de 6,27%, contratação de 44 mil aprovados em concurso e climatização das salas de aula nos dias de calor. Assembleia às 16h vai decidir sobre avanço da greve. Sala de aula vazia
Semed
Professores da rede estadual de São Paulo fazem nesta sexta-feira (25) uma paralisação para reivindicar reajuste salarial. A categoria tem uma assembleia convocada para a tarde para decidir se mantém a greve por tempo indeterminado.
A paralisação das atividades foi aprovada em uma assembleia realizada em 21 de março. Na quinta (24), o Palácio dos Bandeirantes apresentou uma proposta para a pauta de reinvindicações, mas que foi considerada insatisfatória pelo grupo.
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Na nova assembleia, convocada para as 16h na Avenida Paulista, a categoria decidirá os próximos passos do movimento.
O que os professores pedem
Além do reajuste salarial de 6,27%, os professores pedem que o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) se comprometa com a contratação de 44 mil que passaram por concurso e a climatização das salas de aula nos dias de calor intenso, entre outros itens.
A categoria também exige mais transparência da gestão do Secretaria Estadual da Educação (Seduc-SP) na atribuição de aulas dos professores da rede, além do fim do processo de privatização da gestão das escolas e militarização das unidades escolares.
Procurada pelo g1, a secretaria comandada por Renato Feder disse que só vai se pronunciar sobre uma possível greve da categoria quando ela se concretizar de fato.
Pauta de reivindicações dos professores do estado de São Paulo.
Reprodução
Adesão
A pasta obteve uma liminar do Tribunal de Justiça para garantir que ao menos 70% dos professores estejam em sala de aula nesta sexta, sob pena de multa diária de R$ 20 mil.
Até o início da manhã, não havia um balanço do total de escolas que aderiram à paralisação nem por parte da secretaria, nem por parte da Associação de Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), maior sindicato de professores do estado.
Uma audiência de conciliação entre as duas partes está marcada apenas para o dia 5 de maio.
Ações do Ministério Público
Em meados de março, o Ministério Público de São Paulo ingressou com duas ações civis públicas na Justiça de São Paulo para obrigar o governo Tarcísio a recompor o quadro de professores e diretores efetivos nas escolas estaduais paulistas.
As ações são do Grupo de Atuação Especial de Educação (Geduc), que alega que a Seduc-SP tem burlado a contratação por meio de concurso público e sistematicamente passou a preencher os quadros da educação com profissionais temporários, o que causa prejuízos ao funcionamento das escolas e fere o direito de aprendizagem dos alunos.
O secretário estadual de Educação, Renado Feder, e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Ciete Silvério/EducaçãoSP
Os promotores do Geduc identificaram um déficit de ao menos 40.155 professores efetivos na rede estadual, além de 1.177 diretores e 702 supervisores de ensino efetivos em São Paulo.
O MP-SP diz que Renato Feder e Tarcísio têm infringido a regra de contratação por meio de concurso público, com indícios de falta de planejamento e subdimensionamento para contratar profissionais efetivos.
A Seduc-SP foi questionada sobre as alegações do Ministério Público de SP, mas não retornou até a última atualização desta reportagem.