“Caso muito fora dos padrões”, diz especialista sobre onça-pintada que atacou e matou caseiro; animal foi levado à Centro de Reabilitação

Após uma onça-pintada atacar e matar o caseiro Jorge Ávalo, de 60 anos, o caso – considerado raro pelos especialistas – chocou os moradores da região, no Pantanal sul-mato-grossense. A onça foi capturada nesta quinta-feira, 24, e levada para o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), em Campo Grande. 

O Jornal Opção conversou com Leandro Silveira, presidente do Instituto do Instituto Onça-Pintada (IOP), e com Edson Abrão, biólogo goiano, sobre a situação. Ambos afirmam que não é comum que onças se alimentem de seres humanos. “A gente teve menos de 20 ataques nos últimos 25 anos”, disse Leandro.

“Uma onça atacar uma pessoa pensando nela como comida é muito, muito raro. Foge do padrão da espécie”, afirmou Leandro. Já Edson disse que, normalmente, quando onças atacam humanos é em casos de defesa: “ela pode atacar se achar que vai ser atacada, mas não como alimento”.

Ataque

Jorge Avalo, de 60 anos, morto por onça-pintada | Foto: Reprodução

Neste caso, Leandro acredita que o excesso de proximidade e tolerância da relação entre a vítima e a onça causou o acidente. Outras onças convivem no pesqueiro Touro Morto, próximo aos rios Miranda e Aquidauana, onde o incidente ocorreu.

“As onças do pesqueiro eram extremamente tolerantes e perceberam que o Jorge não fazia nenhum mal a elas. Foram se acostumando e perdendo totalmente o medo de se aproximar. A convivência pacífica com ele deu margem para quebrar esse limite de segurança”, pontuou.

Edson acrescentou, ainda, que o ser humano é uma presa fácil para elas – que costumam se alimentar de capivara, jacaré e porco do mato no Pantanal- porque não conseguem se defender. Mesmo que a região seja bastante visitada justamente por conta das onças, não há registros de acidentes com turistas, segundo Leandro.

O presidente do IOP afirmou que o Pantanal é a região que tem a maior concentração de onça no mundo, mas que os humanos convivem no mesmo ambiente que elas há mais de 200 anos. “Nosso desafio é aprender a conviver respeitando os limites de distância, nunca se aproximar demais e nunca deixar que o animal se acostume a chegar tão perto”, disse.

Centro de Reabilitação

Operação de resgate da onça envolveu policiais, guias e pesquisadores em área isolada | Foto: Polícia Militar Ambiental

Conforme divulgado pelo Governo do Mato Grosso do Sul, a onça-pintada foi capturada pela Polícia Militar Ambiental, três dias depois do ataque. Ela foi levada ao Centro de Reabilitação de Animais Silvestres, onde deve passar por exames e acompanhamento veterinário. A caça de animais silvestres é crime.

A equipe garante que capturou a onça correta por conta da comparação das pegadas e do biotipo. O animal é um macho de 94 quilos que está abaixo do peso (deveria pesar cerca de 120 quilos). A polícia continua investigando o caso.

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