Por Gustavo Ferreira
Do Tempo Real
O governo Lula já enfrenta uma série de desafios e agora se vê diante de mais uma crise séria, desta vez no coração da Previdência. A operação “Sem Desconto” revelou um esquema bilionário de descontos indevidos em aposentadorias e pensões — justamente em cima de quem mais precisa de proteção. O mais grave: quase toda a cúpula do INSS foi afastada, e todos foram indicados diretamente pelo ministro Carlos Lupi, que inclusive assumiu total responsabilidade pela escolha do presidente do órgão.
Diante disso, é difícil entender como o governo pretende manter Lupi no cargo sem que isso desgaste ainda mais sua imagem. Não se trata de julgamento antecipado, mas de um gesto de responsabilidade política. Quando os nomes que você escolhe estão todos sendo investigados, o mínimo seria se afastar para que as apurações ocorram com a devida independência.
Segurar um ministro nessa situação não é apenas um erro estratégico — é uma escolha que cobra um alto preço político e compromete a credibilidade de um governo que já precisa reconquistar confiança. Se o governo quiser mostrar compromisso com a ética e com os aposentados, precisa agir com firmeza. O momento exige postura, não proteção.
