Ao menos 22 estados foram mapeados por autoridades federais e estaduais que investigam a infiltração do crime organizado em 941 postos de combustíveis. Há indícios de que as empresas sejam administradas por facções como Primeiro Comando da Capital (PCC), Comando Vermelho (CV) e Família do Norte (FDN). Milícias também atuariam no setor.
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Goiás e São Paulo se destacam como os estados com o maior número de postos de combustível sob domínio do crime organizado, conforme levantamento do Núcleo Estratégico de Combate ao Crime Organizado, coordenado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, adquirido pela Folha de S. Paulo.
No estado goiano, foram identificadas 163 empresas suspeitas, enquanto que em São Paulo o número chega a 290. Na sequência, aparecem Rio de Janeiro (146), Bahia (103) e Rio Grande do Norte (88). Em alguns casos, segundo os investigadores, redes atuam com ampla ramificação, em diferentes regiões do país.
Dados contestados
Os dados, porém, são questionados. Ao Jornal Opção, um membro do Ministério Público de Goiás (MPGO) afirmou em condição de anonimato que, de fato, os postos de combustíveis tradicionalmente são utilizados para lavagem de dinheiro – setor que consta nos melhores manuais de atuação como fonte de possível lavagem.
Entretanto, a metodologia usada para levantar os dados com precisão são desconhecidos para o integrante do MP. Segundo ele, é impossível auferir, uma vez que são situações complexas, com empresas e proprietários de fachada.
Procurado, o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Goiás (Sindiposto) explicou que não realiza denúncias de supostas lavagens de dinheiro, procurando as autoridades apenas em casos de prejuízo ao consumidor, como golpes e combustíveis adulterados.
O post Facções comandam postos de combustíveis em Goiás e outros 22 estados; dados são questionados apareceu primeiro em Jornal Opção.