
Pontífice morreu nesta segunda-feira (21), aos 88 anos e foi um forte defensor da igualdade durante o seu papado. Papa Francisco morre aos 88 anos
Nesta segunda-feira (21), com a morte do papa Francisco aos 88 anos, os fiéis do Alto Tietê relembraram os momentos em que estiveram perto do pontífice.
Mariangela Campos Moreno, de 50 anos, e o marido, Gustavo Toledo de Lima, de 49 anos, moram em Mogi das Cruzes e estão na Itália.
Neste domingo (20), o casal decidiu acompanhar a missa de Páscoa na basílica de São Pedro, a útlima celebrada pelo papa.
“Foi uma das coisas mais emocionantes que presenciei”, relata a professora e empresária. “Chegamos na Praça São Pedro e quando entrei fiquei arrepiada. É uma energia muito forte e indescritível. Não tínhamos programado essa ida à missa. Decidimos ir assim que acordamos. Estava escrito que merecíamos e precisávamos daquela última benção que ele estava dando para todos nós”, descreveu.
Emocionada, Mariangela destacou a força do pontífice e seu olhar pela igualdade.
“Não importava se era pobre, rico, homossexual ou se a pessoa tinha alguma dificuldade. A luta pela paz, pela igualdade e pelo respeito foi algo que marcou, ainda mais neste mundo que estamos vivendo. Era uma voz importante para lembramos da importância do respeito. É que ele pregava. É como se alguém da família partiu”.
Mariangela e Gustavo acompanharam a última missa de papa Francisco, realizada no Domingo de Páscoa, no Vaticano
Gustavo Toledo Lima
Gustavo Toledo afirmou estar grato pela oportunidade de ter acompanhado a última celebração do pontífice. O empresário destacou o esforço dele para estar diante dos fiéis mesmo estando debilitado.
“Ele apagava e voltava. A câmera evitava mostrar o rosto dele. A voz dele estava fraca. Esse amor que ele mostrou pelo povo, de ter ido lá no Domingo de Páscoa nos deixa ainda mais agradecido e deslumbrado”, finalizou o empresário.
Bispo
O bispo dom Pedro Luiz Stringhini conduziu uma missa nesta segunda-feira em intenção da alma do papa Francisco na Catedral de Santa’Anna no Centro de Mogi das Cruzes.
Segundo Stringhini, Francisco deixou uma lição de humanidade. “Ensinou a misericórdia, o amor aos pobres, à natureza e esteve muito próximo das pessoas. Nos deu esta lição de humanidade, fé e esperança. No Cristo ressuscitado, morre exatamente neste tempo bonito da Páscoa”, disse o bispo.
Testemunhos
Desde o início do seu papado, Francisco tinha olhos voltados para o futuro e via a necessidade de mudança na Igreja Católica que vivia um momento de desconfiança. A humidade e o olhar pela igualdade foram pontos destacados por quem já esteve perto do Santo Padre.
Um deles foi o padre Anderson Lima da Paróquia Santa Rita de Cássia que fica no bairro do Socorro em Mogi das Cruzes. Em janeiro de 2024, o padre se encontrou como o pontífice no Vaticano.
O encontro, segundo ele, foi inesperado. “Viajei para Itália e lá recebi um telefonema do Vaticano convidando para uma audiência com o papa. Não acreditei. Fui até uma das salas e realmente meu nome estava no convite. Fiquei muito emocionado”, disse o padre.
Padre Anderson Lima homenageou papa Francisco em seu Instagram
Reprodução/Instagram/@padreandersonlima
O momento se tornou ainda mais especial. Na ocasião, ele estava próximo de completar um ano como padre. Diante do papa, ele não conseguiu segurar a emoção.
Ao final da conversa, o papa tirou o solidéu da cabeça e ofereceu a ele de presente. “A vontade era de levantar e abraçar. Me senti acolhido por ele e assim como eu, muitos tiveram essa graça de estar diante dele e perceber, em seu rosto, o próprio sorriso de Deus.”
Ele realizava um batizado quando soube da morte do pontífice. “O papa ensinou que o melhor caminho é a fraternidade. Não temos direito de apontar o dedo para ninguém. Aquele que pode nos julgar, nos amou. A gente vai se esquecendo disso durante a caminhada e ele foi essa fonte de recordação do amor de Deus”, destacou.
“Neste momento só tenho gratidão. O papa Francisco nos fez relembrar que a humildade é importante que julgar não nos cabe julgar. O que nos cabe é amar e agradeço a Deus por tê-lo conhecido”, complementou.
Para ele, o próximo líder da Igreja Católica precisa seguir os mesmos passos. “Que venha com humildade , amor e que acolha todos como um pai, um bom pastor”.
Fiéis da região que estiveram em uma celebração ministrada pelo pontífice classificaram Francisco como um líder mais próximo do povo. Essa é a principal característica que ficará marcada na memória da advogada Gabriela Prado Garcia.
Moradora de Mogi das Cruzes, ela o viu de perto pela primeira vez em 2013, logo após Francisco ter sido eleito o novo papa. “Desde o início, ele se mostrou muito próximo do povo”, afirmou.
Ela marcou presença nas edições de 2013, 2016, 2019 e 2023 da Jornada Mundial da Juventude. A advogada conta que ele fazia questão de passar em meio à multidão. “Rompeu com diversos protocolos e se mostrou próximo do povo. Quando fui, sempre havia milhares de pessoas. Mesmo assim, ele fazia questão de passar no meio do povo, de se mostrar próximo e não usava um papa móvel fechado”, relata
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Fiéis se reuniram nesta segunda-feira (21), na Catedral de Sant’Anna em missa pelo papa Francisco
Aniele Santos/TV Diário
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