Mulher suspeita de envenenar ovo de Páscoa no MA usou nome e crachá falsos para conseguir reserva em hotel


Jordélia Pereira Barbosa disse que estava em processo de mudança de nome e, por isso, não poderia apresentar documentos pessoais. A Justiça do Maranhão decretou a prisão preventiva dela nesta sexta-feira (18). Jordélia Pereira usou identidade falsa para tentar fazer reserva em hotel de Imperatriz (MA)
Divulgação/Polícia Civil
A mulher presa por suspeita de envenenar um ovo de Páscoa e enviar para uma família de Imperatriz, no sudoeste do Maranhão, alegou que era uma mulher trans e apresentou um documento falso para conseguir fazer o cadastro no hotel onde ficou hospedada na cidade. A Polícia Civil do Maranhão (PCMA) investiga o caso.
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Jordélia Pereira Barbosa, de 35 anos, usou o nome falso de ‘Gabrielle Barcelli’ e um crachá para conseguir fazer o cadastro no estabelecimento. Na imagem da foto do crachá, ela aparece usando uma peruca preta onde supostamente trabalha em uma empresa de gastronomia.
Em uma conversa por um aplicativo de mensagem, ela disse para a atendente que estava em processo de mudança de nome e, por isso, não poderia apresentar um documento de identidade. A recepção do hotel aceitou a condição e assim, ela conseguiu fazer a reserva.
“Deixa eu lhe falar é porque sou trans e a minha documentação está em processo, mas estarei com o crachá da empresa. Posso colocar o nome depois que eu mudei? Onde chego eu uso dele”, disse Jordélia em uma das mensagens enviadas ao hotel.
Suspeita se passou por mulher trans para conseguir fazer reserva em hotel em Imperatriz
Reprodução/Redes Sociais
A Justiça do Maranhão decretou nesta sexta-feira (18) a prisão preventiva de Jordélia e, com isso, ela será transferida do presídio da cidade de Santa Inês para o Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís.
Três pessoas de uma mesma família comeram o ovo de Páscoa suspeito de estar envenenado. Um menino de 7 anos morreu, na quinta-feira (17) e foi enterrado nesta sexta-feira (18). A mãe dele e a irmã dele estão internadas em estado grave.
Mirian Lira, mãe das crianças, está internada na UTI do Hospital Municipal de Imperatriz e, nesta sexta-feira, apresentou uma pequena melhora. Ela teve o sistema neurológico preservado, mas as funções dos rins e do fígado estão comprometidas e, por isso, o estado de saúde dela é considerado grave. A filha dela, de 13 anos, continua em estado gravíssimo, entubada e sedada.
Jordélia Pereira Barbosa, de 35 anos, foi presa por suspeita de envenenar ovo de Páscoa no Maranhão
Reprodução/Redes Sociais
Jordélia Pereira é ex-companheira do atual namorado de Mirian Lira, uma das vítimas, e foi presa em Santa Inês, suspeita de envenenar a família. Em depoimento, ela confessou ter comprado o chocolate mas nega ter colocado veneno.
De acordo com as investigações, o crime teria sido motivado por ciúmes e vingança, já que uma das vítimas é a atual namorada do ex-namorado de Jordélia. A polícia realiza perícias para saber se havia veneno no chocolate e determinar qual a causa da morte da criança.
O g1 não conseguiu localizar a defesa da suspeita até a publicação desta reportagem.
Como a polícia chegou até a suspeita
Análises de imagens de câmeras de segurança, comprovantes de compras e depoimentos ajudaram a Polícia Civil do Maranhão (PCMA) a localizar Jordélia Pereira Barbosa, de 35 anos. O depoimento do namorado de Mirian, uma das vítimas, foi um dos que ajudou a polícia a chegar a uma ex-companheira dele que poderia ter envolvimento com o caso.
A mulher foi identificada como Jordélia Pereira Barbosa, de 35 anos, moradora de Santa Inês (MA). Veja, abaixo, algumas indícios reunidos pela polícia que apontam a participação dela no caso:
HOSPEDAGEM EM HOTEL: Jordélia morava em Santa Inês (MA) e ficou hospedada em Imperatriz (MA) em 16 de abril, noite do crime. Imagens de câmeras de segurança mostraram ela deitada em um dos sofás da recepção do hotel.
COMPRA DE CHOCOLATE: A Polícia Civil descobriu que, no mesmo dia que estava no hotel, Jordélia foi até uma loja de chocolates de Imperatriz e fez uma compra. Imagens de câmeras de segurança do estabelecimento mostram ela disfarçada, usando óculos e uma peruca preta, comprando o produto.
DEPOIMENTO DE FAMILIARES: A irmã de Mirian contou que, após receber o chocolate, a vítima recebeu a ligação de uma mulher questionando se o ovo de Páscoa havia chegado a sua casa. Mirian chegou a perguntar quem falava ao telefone, a mulher não disse o nome mas falou que ‘ela saberia’ quem ela era.
Suspeita de envenenar ovo de Páscoa se disfarçou para comprar chocolate em loja
Os passos de Jordélia foram monitorados e a polícia descobriu que ela já havia saído de Imperatriz de volta para Santa Inês. Ela foi interceptada e presa pelos policiais quando estava descendo do ônibus intermunicipal.
Ao ser presa, a polícia encontrou com a suspeita outras provas que podem apontar a participação dela no caso. Foram encontradas com ela duas perucas, restos de chocolate armazenados em bolsas térmicas e bilhetes de ônibus. As provas serão usadas no inquérito que investiga o caso.
De acordo com a delegada Alana Lima, da delegacia de Homicídios de Imperatriz, todos os indícios reunidos pela polícia apontam que o crime havia sido premeditado há dias por Jordélia.
“É possível notar essa premeditação do crime, em especial dos recheios aprendidos com ela , guardados numa bolsa térmica, dos quais que ela mesmo confessa no interrogatório que preparou na cidade de Santa Inês e os levou prontos para cidade de Imperatriz”, explica a delegada.
As amostras dos ovos de Páscoa foram coletadas e encaminhadas para análise no Instituto de Criminalística. O laudo deve ficar pronto em 10 dias. Além disso, já foi solicitada à perícia a coleta de sangue das vítimas para identificar se há algum tipo de veneno, bem como foi pedida a análise dos produtos encontrados com a suspeita.
Material apreendido com Jordélia Pereira Barbosa, 35 anos, suspeita de envenenar família com ovo de Páscoa no Maranhão.
Divulgação/Polícia Civil do Maranhão
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Reprodução/TV Mirante
A família recebeu o ovo na noite desta quarta-feira (16), por meio de um motoboy, como se fosse um presente. Com o ovo havia um bilhete com a mensagem: “Com amor, para Mirian Lira. Feliz Páscoa”. As três pessoas de uma mesma família comeram o doce.
Após ter recebido o doce, Mirian Lira recebeu a ligação de uma mulher, não identificada, que questionou se ela havia recebido o ovo de Páscoa. A vítima atendeu a ligação, chegou a perguntar quem falava ao telefone, mas a mulher não respondeu.
Luís Fernando, de 7 anos, filho de Mirian, foi o primeiro a começar a passar mal. O pai da criança e ex-marido de Miriam, foi chamado e a família levou a criança para o Hospital Municipal de Imperatriz (HMI). A criança chegou a ser entubada, mas não resistiu e morreu horas após ter sido internada.
Já Mirian só começou a apresentar sintomas de envenenamento quando estava no hospital, logo após o filho ter sido entubado. As mãos da vítima começaram a ficar roxas e ela começou a sentir dificuldade de respirar. Ela foi internada na UTI do Hospital Municipal de Imperatriz.
Logo após Mirian começar a passar mal, a filha dela, Evelyn Fernanda Rocha Silva, de 13 anos, também deu entrada no hospital com os mesmos sintomas. A menina também havia comido o ovo de Páscoa.
Mirian Lira e a filha, Evelyn Fernanda Rocha Silva estão internadas em estado grave no Hospital Municipal de Imperatriz (MA).
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