O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) anunciou no final da tarde desta quinta-feira, 17, o fim da greve de fome após nove dias em protesto. O Jornal Opção mostrou mais cedo que o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos) articulou um acordo com a deputada Sâmia Bonfim (PSOL), esposa do deputado, e o líder do PT na Câmara Linderberg Farias, para encerrar a manifestação.
Em vídeo publicado nas redes sociais, o parlamentar disse que a suspensão ocorreu após diálogo com movimentos sociais e o compromisso assumido por Motta. “Ele dá a sinalização pública que suspende a deliberação do Conselho de Ética por dois meses para além do prazo da CCJ”, disse.
O deputado agradeceu o apoio de organizações sociais e políticas e a militância que acompanhou e auxiliou na manifestação. “Quero dizer que eu estou suspendendo a greve de fome, mas não estamos suspendendo a luta contra o orçamento secreto, contra o poder oligárquico e contrata os assassinos de Marielle Franco”, disse.
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Entenda o caso
O Conselho de Ética da Câmara aprovou, por 13 a 5, o pedido de cassação do mandato de Glauber. O pedido ainda precisa passar pela CCJ antes de ir ao Plenário, onde são necessários 257 votos favoráveis. Caso seja cassado, ele será o primeiro deputado a perder o mandato após denúncia de agressão.
O relator do pedido no Conselho disse que o deputado “extrapolou os direitos inerentes ao mandato” e abusou das prerrogativas parlamentares. Braga nega ter cometido quebra de decoro e afirmou que está sendo alvo de perseguição política. Em sua defesa, acusou o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de articular o processo em troca da liberação de emendas. “Estou lutando contra a compra de apoio político, que já estava pré-datada, prefixada, a partir de coisas que ele indicou de orçamento secreto em articulação com o sr. Arthur Lira”, afirmou durante a sessão.
Glauber foi acusado pelo partido Novo de ter expulsado da Câmara, em abril do ano passado, com empurrões e chutes, o integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) Gabriel Costenaro. A cena foi filmada. Costenaro participava de manifestação de apoio a motoristas de aplicativo durante o debate de proposta que regulamenta a profissão (PL 12/24).
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