
Batizado de Iron Trader, o navio está atracado no berço 902 do Cais de Capuaba, em Vila Velha, desde 2015. A embarcação é turca, mas com bandeira panamenha. Navio Iron Trader está atracado há 10 anos no berço 902 do Cais de Capuaba, em Vila Velha, Espírito Santo
Arquivo/Rede Gazeta
Um “navio fantasma” que está abandonado há dez anos na Baía de Vitória vai, finalmente, deixar o mar do Espírito Santo. A embarcação, que já foi envolvida até em denúncias de contrabando de armas e munição, foi leiloada como sucata e será enviada para o complexo portuário de Itajaí, em Santa Catarina.
Batizado de Iron Trader, o navio está atracado no berço 902 do Cais de Capuaba, em Vila Velha, desde 2015. A embarcação é turca, mas com bandeira panamenha.
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O navio foi penhorado em agosto de 2020 pela empresa Sudeste Soluções Ambientais no valor de R$ 400 mil. Esse montante também foi usado para pagamento de encargos trabalhistas dos tripulantes, segundo determinação do juiz trabalhista Marcelo Tolomei Teixeira, da 7ª Vara do Trabalho de Vitória.
Quatro rebocadores deverão ser usados na retirada e manobra do navio do Cais de Capuaba. Eles vão acompanhar o navio até a saída do canal do Porto de Vitória. A partir daí, segue até o porto catarinense.
A previsão é que a viagem comece nesta quinta-feira (17) e dure sete dias, com velocidade de 8 km/h.
“A embarcação seguirá com dois rebocadores, um deles na frente, efetivamente puxando o Iron Trader, e o outro, na retaguarda, fazendo o apoio e monitoramento”, explicou o coordenador de Serviço de Tráfego de Embarcações da Vports, Agostinho Sobral.
Navio Iron Trader está atracado há 10 anos no berço 902 do Cais de Capuaba, em Vila Velha, Espírito Santo
Arquivo/Rede Gazeta
Durante o trajeto, não haverá passageiros, carga ou qualquer tipo de combustível para minimizar os riscos. O navio foi preparado para a viagem e contará com um comandante liderando a operação.
Armas
O navio Iron Trader foi denunciado por envolvimento com contrabando de armas e munições que incluía até o grupo terrorista Boko Haram, da Nigéria. O navio chegou a ficar retido no país africano entre janeiro e novembro de 2014, antes de ir para Vitória.
À Justiça do Trabalho, um dos tripulantes declarou, na época, que dois colegas chegaram a ser presos na Nigéria.
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No Brasil, um auditor da Receita Federal fez a identificação de uma carga de munição que estaria armazenada em 27 caixas de madeira e endereçadas à Benners’s International – Comando General del Ejercito – SMA – Montevideo.
A tripulação relatou que, na cidade nigeriana de Harcourt, a carga teria sido retida pelas autoridades locais por informações equivocadas do que havia no container.
Falava-se de 100 kg de explosivos e 800 kg de cartuchos, mas haveria somente cartuchos. O comandante e o superintendente ficaram presos por 37 dias.
No Brasil o navio foi inspecionado diversas vezes, por várias autoridades, incluindo peritos, e as armas e munição não foram localizadas.
Com informações de Vilmara Fernandes.
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