O PIB da China no primeiro trimestre de 2025 superou as expectativas dos analistas, com alta de 5,4% em relação ao mesmo período do ano anterior, impulsionado pelo consumo interno e pela produção industrial.
No entanto, especialistas alertam para riscos à frente, especialmente devido ao choque tarifário dos Estados Unidos, que ameaça desacelerar o crescimento da segunda maior economia do mundo.
As tensões entre China e EUA se intensificaram após o presidente norte-americano, Donald Trump, elevar tarifas sobre produtos chineses a níveis recordes. Em resposta, Pequim também aplicou tarifas retaliatórias sobre as importações norte-americanas, gerando instabilidade nos mercados e aumentando os temores de uma desaceleração econômica global.
Apesar do bom desempenho no trimestre — que superou a projeção de 5,1% feita por analistas da Reuters —, economistas acreditam que a expansão econômica da China pode perder força nos próximos meses.
A razão principal seria o impacto direto das tarifas sobre as exportações chinesas, uma das principais engrenagens da economia do país. Segundo analistas do Nomura, a China enfrenta hoje dois grandes desafios: a crise no setor imobiliário e os efeitos da guerra comercial com os EUA.
Mesmo com os estímulos fiscais e políticas de incentivo ao consumo, o cenário externo segue como uma ameaça significativa. A produção industrial da China cresceu 7,7% em março, superando os 5,9% dos dois primeiros meses do ano.
Enquanto isso, as vendas no varejo avançaram 5,9% no mês, impulsionadas pela alta nas vendas de eletrônicos e móveis, graças ao programa governamental de renovação de bens de consumo.
Por outro lado, o setor imobiliário segue em retração, com queda de 9,9% nos investimentos no setor nos primeiros três meses do ano, comparado a 2024. A desaceleração no setor continua sendo um dos principais entraves para uma recuperação mais sólida da economia.
Em termos trimestrais, a economia chinesa cresceu apenas 1,2% entre janeiro e março, abaixo dos 1,6% registrados no último trimestre de 2024. Para 2025, a projeção é de um crescimento moderado de 4,5%, abaixo da meta oficial do governo de cerca de 5%.
O primeiro-ministro da China, Li Qiang, reconheceu os desafios impostos pelas mudanças externas e afirmou que o governo continuará fortalecendo o consumo interno para compensar as perdas nas exportações.
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