Um certa segunda-feira pela manhã, enquanto pilotava pela avenida Castelo Branco rumo à minha terapia, em Goiânia, ouvi uma das frases mais célebres que poderia ouvir naquele dia. Tinha andado já algumas quadras depois do viaduto que liga a rodovia dos Romeiros à principal via comercial voltada a agricultura e pecuária em geral.
Carregava uma sacola branca, dessas de padaria, com um saco de papel que embrulhava um sonho de doce de leite envolto em leite ninho. Puro doce. Sai em cima da hora de casa e passar na padaria não ajudou muito, mas a vontade de comer uma bomba de açúcar antes da sessão estava me matando.
Apressado, só conseguia pensar em qual seria o melhor momento para saborear a iguaria. Teria que ser entre os 40 ou 50 segundos de um sinaleiro. Ao parar no semáforo, calculei em quanto tempo levaria para desengatar a moto, abrir a sacola, o saco, pegar o sonho, dar uma bela mordida, guardar tudo de volta no lugar, pegar um cigarro e acender. Deu tempo.
“Sem correria não tem sonho”, brincou o motoqueiro ao lado que viu aquela correria. Ou teria dito sem sonho não tem correria? Acho que a primeira, mas a verdade é que a minha memória anda as tantas há algum tempo.
O post Sem sonho não tem correria apareceu primeiro em Jornal Opção.