Datafolha indica redução em compras por causa da inflação dos alimentos

Pesquisa Datafolha revelou que grande parcela dos brasileiros tem comprado menos alimentos por conta do aumento dos preços. O indicativo é de que 58% reduziram a quantidade de comida que costumam comprar, porém o valor chega a 67% quando se considera somente a população que recebe até dois salários mínimos. Os números foram divulgados no domingo (13), pela Folha.

A inflação dos alimentos tem sido um dos maiores desafios enfrentados pelo governo Lula. Uma série de medidas foi tomada, dentre elas a eliminação de impostos para uma lista de alimentos importados, incentivo à produção de alimentos da cesta básica e fortalecimento dos estoques reguladores. Também consta como medida, mas pensando a longo prazo, a aprovação e sanção da reforma tributária para zerar impostos dos produtos da cesta básica a partir de 2027.

Contribui para uma melhora no cenário próximo a colheita de uma supersafra de grãos neste ano que deve ajudar a reabastecer os estoques da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e trazer alívio na inflação. Mas no momento, enquanto esta situação não se avizinha, o Datafolha mostra ainda, de forma geral, que 61% das pessoas diminuíram a quantidade de vezes que come fora de casa, 50% trocaram a marca de café habitual por outro e 49% reduziram o consumo da bebida. Apenas 21% indicaram que nada mudou na rotina de alimentação (situação que cai para 15% quando se considera os mais pobres, até 2 salários mínimos).

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Medidas para baratear alimentos convergem para agricultura familiar e estoques reguladores

Questionados sobre a quantidade de comida em casa, 61% falaram ter o suficiente, 13% mais do que o suficiente e 25% menos do que o suficiente. Portanto, 75% dizem ter comida o suficiente ou até mais. Em março de 2023, o Datafolha fez a mesma pergunta e, considerando a variação na margem de erro, a reportagem que divulgou os números aponta para uma condição similar dois anos depois.

Economia

Os entrevistados ainda responderam sobre quais outras estratégias adotam para dar conta dos gastos mensais:

  • 50% diminuíram o consumo de água, luz e gás;
  • 47% buscaram outra fonte de renda;
  • 36% diminuíram a compra de remédios;
  • 32% deixaram de pagar dívidas;
  • 26% deixaram de pagar contas da casa.

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Nestes cinco quesitos, a pesquisa captou maior tendência de terem mudado algum desses hábitos entre os que se identificam com Jair Bolsonaro. Os bolsonaristas que dizem ter diminuído o consumo de água, luz e gás são 59%, buscaram outra fonte de renda 54%, reduziram a compra de remédios 42%, deixaram de pagar dívidas 39% e de pagar contas de casa 33%. O contrário acontece com mais próximos ao PT (Partido dos Trabalhadores), que marcam percentuais abaixo da média nestes pontos.

Responsabilidade

A alta no preço dos alimentos responde a uma série de fatores que passam por alterações causadas pelas mudanças climáticas que prejudicam colheitas em todo o mundo, assim como guerras, em especial entre Ucrânia e Rússia, importante cinturão de produção de alimentos.

Portanto, cada alimento pode responder por uma razão em específico, dependendo do seu local de produção e os interesses comerciais, pois a escassez resulta em aumento de preço que faz produtores optarem, muitas vezes, pela exportação, o que eleva os preços no mercado interno.

No caso das commodities agrícolas, o preço em dólar é seguido pela formação do mercado internacional, com isso, a variação da demanda pode elevar ou baixar os preços de um produto.

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À parte estas considerações, a maior parte da população atribui ao governo do presidente Lula a alta nos preços dos alimentos. Mesmo com as ações do governo citadas, 54% dos entrevistados enxergam que o governo tem muita responsabilidade no caso, 29% acreditam em um pouco de responsabilidade, 14% eximem o governo de qualquer culpa e 3% não responderam.

Para esta pesquisa o Datafolha entrevistou 3.054 pessoas de 16 anos ou mais entre 1 e 3 de abril, em 172 municípios brasileiros. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.

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