A equipe médica do Hospital DF Star concedeu uma entrevista coletiva nesta segunda-feira, 14, para esclarecer o estado de saúde do ex-presidente Jair Bolsonaro após a cirurgia realizada no domingo, 13. Os médicos informaram que o procedimento foi bem-sucedido, mas que a recuperação será lenta e exigirá cuidados intensivos nos próximos dias. “Ele é muito forte”, destacou os médicos.
Bolsonaro foi submetido a uma cirurgia de extensa lise de aderências e reconstrução da parede abdominal. O procedimento, considerado de grande porte, teve duração de 12 horas e não exigiu transfusão de sangue. De acordo com o relato dos médicos nesta segunda-feira, 14, Bolsonaro está consciente e se comunicando.

Cirurgia delicada
Segundo os médicos, a cirurgia foi motivada por alterações detectadas em exames laboratoriais, incluindo a elevação do marcador inflamatório PCR. O diagnóstico apontava um quadro de obstrução intestinal provocado por aderências no abdômen, além de comprometimento da parede abdominal, sequelas da facada sofrida em 2018.
“A situação era de um abdômen com muitas aderências, causando obstrução, além de uma parede abdominal danificada. A primeira etapa foi acessar a cavidade, o que levou mais de duas horas. Depois, partimos para a reconstrução”, explicou um dos cirurgiões. A liberação das aderências foi feita com extremo cuidado, “milimetricamente, centímetro por centímetro”, devido ao estado do intestino, que estava “bastante sofrido”.
Recuperação na UTI e restrição de visitas
O ex-presidente permanece internado em um quarto da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e, segundo os profissionais de saúde, não há previsão de alta imediata. “Não vamos tirá-lo da UTI enquanto ele não estiver recuperado e fora de risco. As visitas também serão restritas ao máximo para favorecer a recuperação”, afirmou um dos médicos.
Apesar da complexidade do procedimento, a equipe médica se mostrou otimista: “Estamos muito felizes com o resultado. Algumas intercorrências que poderiam ter surgido nas primeiras 12 horas não ocorreram, o que é muito positivo. Ele está acordado, consciente, conversando conosco e até fez uma piada sobre a situação”, contou.
Próximos passos e expectativas
Nos próximos dias, o foco será a reabilitação da musculatura abdominal, por meio de fisioterapia. Neste momento, a alimentação será feita exclusivamente por via venosa, com nutrição parenteral, até que seja possível retomar a ingestão oral. As primeiras 48 horas após a cirurgia são consideradas críticas.
Os médicos estimam que Bolsonaro deve permanecer internado por cerca de duas semanas. “A expectativa é que ele volte a ter um padrão de vida melhor após essa intervenção. Apesar disso, é importante dizer que hernias podem retornar e as aderências podem voltar a se formar. Mas esperamos que essa seja uma cirurgia definitiva”, completaram.
Um dos médicos ressaltou o comportamento ativo do paciente: “Ele tem uma agenda intensa e é difícil segurá-lo, mas vamos tentar. Não temos pressa para dar alta. O importante é garantir que ele se recupere plenamente”.
Entenda o caso
Na sexta-feira, 11, o ex-presidente Jair Bolsonaro passou mal enquanto visitava municípios no Rio Grande do Norte. Ele foi atendido em Tangará e transferido para o Hospital Municipal Aluízio Bezerra em Santa Cruz. Após estabilização, foi levado de ambulância ao estádio local e, em seguida, transportado de helicóptero para o Hospital Rio Grande, em Natal. No sábado, 12, foi transferido para Brasília, onde passou por cirurgia no domingo, 13.
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