Bárbara Ferreira
Goiás é o terceiro maior produtor de grãos do país, de acordo com o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), publicado em março de 2025. Segundo a estimativa, a produção goiana representa 11,7% do total do Brasil. O estudo foi divulgado nesta quinta-feira, 10, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O Secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Estado de Goiás, Pedro Leonardo Rezende, afirmou que 2024-2025 deverá apresentar mais um resultado de safra recorde, estimada em mais de R$ 38 milhões de toneladas. “O binômio soja-milho ainda é o principal componente, mas um dos diferenciais é a diversificação das cadeias produtivas do Estado de Goiás, crescendo fortemente culturas como o arroz, o trigo, o feijão. Além disso, o potencial que Goiás tem apresentado no sentido de expansão de novas áreas agrícolas sobre as áreas que atualmente são ocupadas com pastagens degradadas”, destacou em entrevista exclusiva ao Jornal Opção.
Produção de grãos
O ranking é liderado por Mato Grosso, com participação de 30,9% no total nacional, e seguido pelo Paraná, com 13,7%. A “dobradinha” de soja e milho foi o processo que garantiu a posição goiana na lista, de acordo com o gerente técnico do Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (IFAG), Leonardo Machado.
“Soja é a principal cultura no estado em produção e área plantada. Já o milho segunda safra é aquele plantado e colhido após a colheita da soja. Então, o produtor consegue fazer duas culturas numa única safra, num único ano agrícola”, explicou ele.
O arroz, o milho e a soja são os três principais grãos produzidos no país, segundo o estudo. Os três somados representam 92,6% da estimativa da produção e 87,7% da área a ser colhida.
Clima favorável
Em quarto lugar, o Rio Grande do Sul produziu 10,1%. Leonardo explica que Goiás e o Rio Grande do Sul competiram pela terceira posição e, mesmo que os gaúchos tenham uma produção maior, “eles têm passado por problemas de produtividade, colhendo menos que o nosso estado”.
No último ano, Goiás também enfrentou problemas com a produção, conta Leonardo, se referindo às alterações climáticas: as altas temperaturas e baixo volume de chuvas no início da safra – setembro a novembro – prejudicaram a soja.
Já sobre 2025, ele destaca que “as condições climáticas foram muito favoráveis, auxiliando nesse recorde, podemos dizer assim, de produtividade na soja. […] esse volume de chuvas aí em março e abril, têm favorecido muito o desenvolvimento do milho de segunda safra que está em campo”.
- Leia também: Produção goiana de grãos deve avançar 14,2% na safra 2024/2025
Aumento de produção
A produção de milho segunda safra aumentou em área plantada e produtividade, explicou Leonardo, o que representa parte do crescimento da estimativa em relação ao último ano. “É uma produção que deve ultrapassar as 14 milhões de toneladas. É uma produtividade que vai dar mais ou menos acima de 100 sacas por hectare, que também é uma produtividade recorde para o período”, disse Leonardo.
Conforme apontou o levantamento, em março, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas estimada para 2025 deve totalizar 327,6 milhões de toneladas. O número é 11,9% maior que a previsão obtida em 2024 (292,7 milhões de toneladas) com aumento de 34,9 milhões de toneladas.
Quanto às participações regionais, o Centro-Oeste lidera com mais da metade da produção de grãos de todo o Brasil, de acordo com o IBGE. Distribuição: Centro-Oeste (50,5%), Sul (25,9%), Sudeste (9,0%), Nordeste (8,7%) e Norte (5,9%).
Confira:
- Mato Grosso: 30,9%
- Paraná: 13,7%
- Goiás: 11,7%
- Rio Grande do Sul: 10,1%
- Mato Grosso do Sul: 7,6%
- Minas Gerais: 5,6%
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