O coordenador da pré-campanha presidencial do governador Ronaldo Caiado (UB) entre os evangélicos, o deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ), afirmou que irá adotar manobras para superar o principal desafio do mandatário estadual: se tornar conhecido nacionalmente.
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Em entrevista exclusiva ao Jornal Opção, o parlamentar afirmou que irá intermediar encontros com a bancada evangélica, além de acompanhar o governador em eventos e cultos do segmento, onde deve discursar para o público – mesma prática adotada por Otoni enquanto aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). As redes sociais, principalmente o recurso de lives, também devem ser exaustivamente exploradas.
“Caiado tem condições de ser um player competitivo, porém, todas as pesquisas mostram que as pessoas ainda não o conhecem. Então, não há caminho melhor para que isso aconteça, levando Caiado a essas lideranças evangélicas, a esses cultos, porque são locais onde têm uma grande massa de pessoas. Essa é a estratégia”, reforçou.
Otoni avalia o abismo entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os evangélicos como um ponto positivo não só para Caiado, como para toda a direita. As pautas conservadoras e a segurança pública – calcanhar de aquiles de Lula – também serão um ponto crucial nas eleições de 2026.
O deputado, no entanto, acredita que a resistência de Bolsonaro em apoiar outro candidato da direita, que não seja ele mesmo ou alguém do seu núcleo familiar, mesmo estando inelegível, pode prejudicar possíveis candidatos como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). O cenário, porém, não deve atingir o mandatário goiano.
Ao invés de apoiar Tarcísio, o mandatário deve tentar emplacar os filhos Eduardo Bolsonaro (PL) e/ou Flávio Bolsonaro (PL), deputado federal licenciado e senador pelo Rio de Janeiro, respectivamente. A ex-primeira dama Michelle Bolsonaro, não deve ser cotada pelo marido ao cargo.
“Não sabemos se o presidente Bolsonaro irá mudar de estratégia, mas acreditamos que ele vai tentar empurrar isso até agosto. Com isso, qualquer chance do Tarcísio caí por terra. Isso se torna a grande vantagem do Caiado, porque ele não precisa da opinião do Bolsonaro neste momento, ele precisa se viabilizar para estar no player”, afirma.
Bolsonaro como líder
Para fortalecer a direita, Bolsonaro teria que assumir o papel como principal articulador do segmento, avalia o deputado. Segundo ele, a imagem do ex-presidente como líder do movimento é inabalável, mas falta flexibilidade, visto que candidatura dele à presidência é vista como inviável no meio político.
O parlamentar ainda minimizou o racha entre Caiado e o ex-mandatário, que chegaram a trocar farpas publicamente. Ele acredita que seria necessário uma reunião conduzida por Bolsonaro, a fim de orquestrar e coordenar o processo para o pleito presidencial. A ação teria adesão de todos os governadores de direita, incluindo o político goiano.
“Não tenho dúvida nenhuma que todos iriam topar serem liderados pelo presidente Jair Bolsonaro. O Caiado reconhece a liderança de Bolsonaro, apenas está se colocando como uma dessas opções. Caiado não está dividindo a direita, ele está se apresentando como é, como um legítimo representante do centro-direita”, concluiu.
O post Caiado irá usar estratégia de Bolsonaro no meio evangélico e pode ser beneficiado com resistência do ex-presidente apareceu primeiro em Jornal Opção.