Após saída de Juscelino, Comunicação fica sob comando de Alcolumbre e Rueda

A saída de Juscelino Filho do Ministério das Comunicações não altera o verdadeiro comando da pasta, que permanece nas mãos do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e do presidente nacional da União Brasil, Antonio Rueda. Segundo apuração do Globo, o novo indicado ao cargo, o deputado federal Pedro Lucas Fernandes (MA), é considerado um nome ligado a Rueda e teve sua indicação negociada entre os dois líderes políticos.

Fernandes, que já disputava influência no Maranhão com Juscelino, foi escolhido em fevereiro por Rueda para liderar a União Brasil na Câmara, derrotando o candidato apoiado por Elmar Nascimento (BA), que havia se enfraquecido após perder a disputa pela sucessão de Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara. Nascimento chegou a sugerir os nomes de Damião Feliciano (PB) e Mendonça Filho (PE) como alternativas para a liderança.

A escolha de Fernandes para o Ministério das Comunicações veio sendo articulada antes mesmo da viagem oficial ao Japão e Vietnã, da qual ele participou na comitiva presidencial. Segundo aliados de Rueda, já se sabiam que a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Juscelino Filho seria apresentada, mas ainda não havia previsão de quando isso ocorreria.

Além da continuidade dos projetos já iniciados por Juscelino, Fernandes deverá cumprir os compromissos políticos reforçados com Alcolumbre. A troca de cargas também abriria caminho para que Juscelino reassumisse a liderança da União Brasil na Câmara, em uma espécie de revezamento com Fernandes.

Outro objetivo da nomeação é aproximar Antonio Rueda do presidente Lula, suavizando a imagem do dirigente partidário, visto no entorno do Planalto como próximo ao bolsonarismo. Desde o início do governo, Rueda tenta se aproximar de Lula, mas enfrenta resistência interna no partido, que sofre pressão para se posicionar na oposição. Já Fernandes, que se tornou vice-líder do governo em 2023, tem bom trânsito no Palácio do Planalto e não carrega a mesma marca ideológica.

O novo ministro também é descrito por aliados como um “homem de negócios”, característica estratégica considerada tanto por Alcolumbre quanto por Rueda para manter o controle da massa e dos recursos nela envolvidos.

  • Leia também: Juscelino Filho pede demissão do Ministério das Comunicações de Lula após denúncia da PGR

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