O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, do União Brasil, é um realista absoluto e, como homem que tem apreço pela ciência (trata-se de um médico-ortopedista especializado na França), aprecia consultar pesquisas quantitativas e, sobretudo, qualitativas. Não se interessa pela política do improviso.
Por isso, sabe que a movimentação da Bahia, quando se apresentou aos brasileiros como possível candidato a presidente da República, é apenas um primeiro passo — incipiente. Sobretudo, porque precisa se firmar como “o” candidato do União Brasil.
No momento, apesar de que Ronaldo Caiado é um candidato que tem estatura nacional, com um cartel político e administrativo apresentável, há resistências em nichos do União Brasil.
Parte do União Brasil está interessada em compor com o presidente Lula da Silva, do PT. O partido tem três ministérios e especula-se que poderá obter mais um ou dois. Outra parte avalia que pode apoiar o candidato bolsonarista. A terceira parte aposta em Ronaldo Caiado para presidente.
A missão de Ronaldo Caiado é convencer as partes recalcitrantes a apoiá-lo. É possível? Sim. Mas como? Encorpando-se em termos de popularidade. Até os aliados, no União Brasil, querem vê-lo como um concorrente competitivo.
Para ganhar popularidade, Ronaldo Caiado precisa, primeiro, se tornar conhecido em todo o país. Onde se apresenta, e sua política de segurança pública se torna conhecida — o crime organizado não fincou raízes em Goiás, exceto em momentos isolados, mas sem feudos, como em São Paulo e no Rio de Janeiro —, sua popularidade cresce.
Portanto, depois de Salvador, Ronaldo Caiado vai se apresentar em outros Estados do Nordeste, como Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte.
Em Pernambuco afigura-se o deputado federal e ex-ministro Mendonça Filho. O parlamentar é um dos entusiastas da candidatura de Ronaldo Caiado a presidente da República. Na sexta-feira, 4 , ele esteve em Salvador para prestigiar o gestor goiano.
No Rio Grande do Norte, há o ex-governador e ex-senador Agripino Maia, também simpático a Ronaldo Caiado.
Há no Nordeste uma identidade sólida com Ronaldo Caiado dadas suas posições firmes, sobretudo a respeito da segurança pública e nas críticas contundentes à gestão de Lula da Silva.
Em 2022, há pouco mais de dois anos, o Nordeste deu a vitória ao presidente Lula da Silva, do PT. Jair Bolsonaro foi derrotado, em larga escala, pelos nordestinos. O candidato que se apresentar forte na região pode derrotar tanto o petista-chefe quanto o candidato apoiado pelo bolsonarismo. (E.F.B.)
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