Encontro de Caiado com lideranças da indústria na Bahia tem engajamento de pré-campanha e clamor por segurança pública

Segurança pública e economia foram os temas de maior interesse de políticos e entidades ligadas à indústria em um encontro com o governador Ronaldo Caiado em Salvador, nesta quinta-feira, 3. No tom da pré-campanha à presidência da República que será oficializada em um evento previsto para esta sexta-feira, 4, Caiado respondeu a perguntas dos empresários sobre desenvolvimento e combate à criminalidade, teceu críticas ao governo federal e elencou avanços em seu governo nas áreas da segurança, educação e investimentos.

O encontro integra uma série de agendas do chefe do Executivo goiano na capital baiana já como pré-candidato ao Palácio do Planalto. Em entrevista, o governador disse ter escolhido lançar sua pré-candidatura em Salvador por ter sido a primeira capital do Brasil. No entanto, Caiado também testa seu nome em um reduto tradicionalmente petista em um momento em que a esquerda se encontra fragilizada, puxada pela popularidade em baixa do presidente Lula da Silva.

Com a presença de lideranças do UB, como o prefeito de Salvador, Bruno Reis, que se referiu a Caiado como “o melhor governador do Brasil”, e do vice-presidente do partido e ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, o evento, que aconteceu no auditório da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), teve representantes de entidades industriais manifestando a Caiado suas preocupações com os índices de violência da Bahia.

Ao abrir as falas do encontro, Carlos Henrique Passos, presidente da Fieb, trouxe logo à tona a questão da segurança. “Isso preocupa bastante, porque nossa competitividade certamente é muito afetada. Fora as questões patrimoniais e as questões da vida. Infelizmente, nesse assunto, se não for bem trabalhado, podemos descambar para um abismo que sociedade brasileira não gostaria”.

Conforme o Atlas da Violência 2024, a Bahia conta com 7 das 10 cidades mais violentas do país. O estado é governado por Jerônimo Rodrigues, do PT. O número alarmante teria ligação com a disputa por áreas dominadas pelo crime organizado e pelo tráfico de drogas. Ao exemplificar a situação do estado, Bruno Reis, prefeito soteropolitano, mencionou que há obras na capital “que se não pagar pedágio para o tráfico, a obra não avança”.

O tom de receio dos empresários, políticos e entidades quanto aos rumos da segurança pública em um estado historicamente governado pela esquerda não passou despercebido aos olhos da chamada direita moderada, que hoje tem Caiado como um dos principais líderes.

Junto com a economia (o governador é um notável crítico da reforma tributária e tem apontado, também, desacertos do governo federal que resultam em alta inflação e fuga de investimentos), a segurança pública é um dos principais motes de sua pré-campanha à presidência da República.

No encontro, Caiado destacou os números positivos de Goiás no combate à criminalidade e tocou em problemas que afligem a Bahia hoje e que, segundo ele, se agravaram na gestão do PT. “A realidade que nós temos é que, até cinco anos atrás, os faccionados mexiam com a venda de droga. Hoje, a venda de drogas passou a ser souvenir das facções. A droga hoje está entrando no mercado. Daqui a pouco as indústrias todas vão estar na mão dos faccionados”, alertou.

Ao fim do encontro na Fieb, o governador falou à imprensa e não escondeu a satisfação com o nível de aceitação de seu projeto para 2026, para o Palácio do Planalto, pelo setor industrial, e avaliou que o eleitorado não só da Bahia, mas de todo o Nordeste, se frustrou com as promessas do petista.

“Aqui tinha um eleitorado com, talvez, uma maior tendência de esperar uma melhora, uma perspectiva de que aquilo que o presidente Lula falava pudesse acontecer. Realmente não aconteceu nada, a população já deu a ele todo crédito. As pessoas não querem mais”, disse.

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