Priscila Krause rasga sua biografia de autêntica representante da nova política

Por Luís Machado*

Quem não lembra da sempre atenta e combativa parlamentar estadual, agora vice-governadora de Pernambuco, Priscila Krause? Pois eis que um belo dia (em 2022) a referida política faz dobradinha com a então pré-candidata a governadora Raquel Lyra (PSD) e, bafejadas pelo “destino”, as duas são eleitas.

Até aqui tudo normal, ou melhor quase normal, por conta de um pequeno detalhe: Priscila apaga sua marca de lá atrás, quando era a vereadora e depois deputada mais atuante na Câmara de Vereadores do Recife e na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), especialmente em matéria de cobrança pelos desmandos praticados pelas gestões socialistas de Paulo Câmara e Geraldo Júlio, no Estado e no Recife, respectivamente.

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Como se está vendo, a vice-governadora, há menos de um mês – em sintonia com o precipitado comportamento arrogante da governadora que foi eleita com a estrutura do PSDB para embarcar no PSD, mas queria continuar controlando a legenda, através de sua vice, com vistas a 2026 – numa autêntica atitude amadora de quem só enxerga o hoje. Pelo inconformismo de ver que o partido agora está sob comando do ‘inimigo político’, deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa, Álvaro Porto

Priscila, apenas para atender aos caprichos de Raquel, sai do partido e, de quebra, induz todos os prefeitos do Interior, que como ela foram eleitos pela legenda, a fazerem o mesmo e o que é pior: pressionou todos os mesmos a saírem em debandada, em sinal de “repúdio” à intervenção da Executiva Nacional no PSDB, em Pernambuco. É aquela velha história: “ou vocês acompanham a gente, saindo do PSDB, em sinal de protesto ou não serão considerados amigos do governo Raquel e isso não é bom para vocês”. Qual o prefeito iria resistir?

Uma coisa é certa: ainda que todos os prefeitos acompanhem Priscila Krause aonde ela for, isso terá período de curta duração: o tempo em que Raquel estiver no poder. É que prefeito “não tem pátria”, tem interesse e vai estar sempre no partido em que momentaneamente estiver o governador. É deplorável, mas é a realidade.

Pois bem, mas o fato é que haja o que houver e passe o tempo que passar, Priscila Krause jamais será a mesma. Não mais ostentará garbosamente o pseudo perfil de mulher política, coerente, altiva e combatente, porque perdeu-se nos labirintos do Poder e para políticos incoerentes assim, a história não perdoa.

Que pena, Priscila! o ex-governador Paulo Câmara e o ex-prefeito Geraldo Júlio, se quiserem, bem que poderão erguer um monumento em homenagem à incoerência da ex-vereadora e ex-deputada; àquela que se autointitulava legítima representante das mulheres na política pernambucana, mas que agora mancha sua brilhante trajetória de outrora, para perda e frustração de quem nela votou.

*Jornalista

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