1º de Maio: centrais sindicais reforçam unidade contra avanço da extrema direita

Desde 2019, as centrais sindicais têm realizado de forma unificada o ato de 1º de Maio, o Dia do Trabalhador. Em 2025, a mobilização vai ocorrerem um momento crítico. O agravamento da crise da capitalista e o avanço da extrema direita impõem desafios adicionais ao sindicalismo, que busca consolidar sua força.

Assim, CTB, Força Sindical, UGT, CSB, Nova Central e Pública realizarão o 1º de Maio Unificado, no Campo de Bagatelle (zona norte de São Paulo), para reforçar a resistência contra retrocessos sociais e a agenda neoliberal. A expectativa é de que a CUT também participe, com discursos, embora não integre formalmente a organização.

O presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo, destacou a importância de manter a unidade sindical. “Mais do que nunca, a razão nos orienta a defender a realização do 1º de Maio 2025 unitário, criando uma tradição que devemos preservar e consolidar”, afirmou Araújo. “A fragmentação só beneficia os patrões”, agrega João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical.

Reflexos da conjuntura política

A eleição de Lula e o fracasso da tentativa golpista de Jair Bolsonaro impediram o avanço de um regime abertamente autoritário, mas a extrema direita ainda exerce forte influência no Congresso. Segundo Adilson, é necessário “prender Bolsonaro” e viabilizar uma agenda desenvolvimentista para reconstruir o país.

Já o secretário-geral da CTB, Ronaldo Leite, lembra a importância de rever as reformas da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e da Previdência, que enfraqueceram os sindicatos e retiraram direitos. “A reforma trabalhista subtraiu dos sindicatos sua principal fonte de sustento. Isso torna a unidade ainda mais essencial”, complementou. “Sem unidade, não há reversão dos ataques impostos desde o golpe de 2016.”

Entre as principais reivindicações das centrais sindicais estão:

  • Redução da jornada de trabalho sem redução salarial;
  • Fim da carestia;
  • Isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil;
  • Redução dos juros e mais investimentos para gerar empregos;
  • Valorização do salário mínimo;
  • Igualdade salarial entre homens e mulheres;
  • Aposentadoria digna;
  • Valorização do servidor público.

1º de Maio com festa e luta

Neste ano, o Dia do Trabalhador ocorrerá na Praça Campo de Bagatelle a partir das 9 horas. Com o lema “Por um Brasil Mais Justo, Solidário, Democrático, Soberano e Sustentável”, a programação contará com debates, manifestações e apresentações musicais. Além disso, serão sorteados dez automóveis para os trabalhadores presentes.

Além de debates políticos, a atividade contará com shows de artistas da música popular brasileira. A entrada é gratuita, e os trabalhadores podem retirar cupons para o sorteio de carros em sindicatos ou no local.

Miguel Torres, presidente da Força Sindical, ressaltou a importância do engajamento: “É um dia para celebrar conquistas, mas também para refletir sobre os desafios. A união das centrais fortalece nossa voz contra os retrocessos. Teremos momentos de reflexão, política e lazer. Vamos debater os temas que afetam a classe trabalhadora e, também, assistir a apresentação de shows gratuitos”, afirmou.

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