Entregadores de aplicativo iniciam paralisação nacional em busca de melhores condições de trabalho

Entregadores de aplicativos em todo o Brasil iniciaram, nesta segunda-feira, 31, uma greve nacional para exigir melhores condições de trabalho e reajuste nas tarifas de entrega. O movimento, denominado “Breque dos Apps”, tem paralisações programadas em cerca de 60 cidades e reivindica uma taxa mínima de R$ 10 por entrega, aumento do valor pago por quilômetro rodado de R$ 1,50 para R$ 2,50 e limitação de até três quilômetros para entregas feitas de bicicleta. A mobilização reúne trabalhadores de plataformas como iFood, Uber Flash e 99 Entrega, com atos de protesto espalhados por várias regiões do país.

A Avenida Paulista, em São Paulo, foi um dos principais pontos de manifestação nesta manhã e chegou a ser parcialmente interditada pelos entregadores. Com cartazes e faixas, os manifestantes denunciaram o que chamam de “escravidão moderna”, em referência ao modelo de remuneração aplicado pelas plataformas. A carreata contou com centenas de motociclistas, caminhões de som e seguiu até a sede de uma das empresas alvos da paralisação.

Os organizadores do movimento, que conta com o apoio do Movimento VAT-SP e da Minha Sampa, argumentam que os valores atuais pagos pelas plataformas não cobrem adequadamente os custos operacionais dos entregadores, como combustível e manutenção dos veículos. Além disso, criticam a prática do agrupamento de entregas sem compensação financeira adequada, o que reduz os ganhos dos trabalhadores.

O protesto também destaca a precarização do trabalho, comparando as condições enfrentadas pelos entregadores à realidade de outros trabalhadores, como aqueles que cumprem longas jornadas em regime CLT, especialmente mulheres. Segundo os manifestantes, a falta de direitos trabalhistas e os baixos valores pagos por entrega tornam a atividade insustentável financeiramente para muitos profissionais.

O iFood, principal plataforma de delivery do país, se manifestou por meio de nota, declarando que respeita o direito à manifestação pacífica e que mantém um canal aberto de diálogo com os entregadores. A empresa afirmou ainda que está avaliando um possível aumento na taxa mínima de entrega para 2025. “Estamos atentos ao cenário econômico e estudando a viabilidade de um reajuste para 2025”, informou a companhia.

A plataforma destacou ainda que, entre 2022 e 2023, a taxa mínima de entrega subiu de R$ 5,31 para R$ 6,50, enquanto o valor pago por quilômetro rodado aumentou de R$ 1,00 para R$ 1,50. Em 2024, foi implementado um adicional de R$ 3,00 para entregas agrupadas. Segundo a empresa, o ganho bruto por hora trabalhada na plataforma é quatro vezes maior do que o salário mínimo-hora nacional.

Além disso, o iFood reforçou que oferece benefícios como seguro pessoal gratuito para acidentes durante as entregas, planos de saúde, programas educacionais e suporte jurídico e psicológico para casos de assédio ou discriminação. A empresa também pediu que as manifestações ocorram sem prejudicar o funcionamento dos estabelecimentos parceiros e respeitando a livre circulação da população.

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