Mais de 1,7 milhão de goianos tem dívidas desconhecidas, endividamento no país atinge 57 milhões

Um levantamento feito pelo Serasa aponta que em Goiás, 1,7 milhão de consumidores têm dívidas desconhecidas, sendo que 549 estão com o nome negativado. No Brasil, os endividados que não sabem sobre a própria situação ultrapassa os 57 milhões, sendo que 19 milhões estão no cadastro de inadimplentes, sejam pessoas físicas ou jurídicas.

De acordo com o Serasa, esses consumidores nunca consultaram o CPJ ou CNPJ no aplicativo ou no site do Serasa e desconhecem as ofertas de negociação das dívidas. Aline Maciel, especialista da Serasa em educação financeira, explica que o desconhecimento sobre débitos pode ter diferentes causas, como a falta de monitoramento do CPF/CNPJ, dados cadastrais desatualizados e, de maneira mais ampla, a desinformação financeira.

“Muitos consumidores e empreendedores só descobrem pendências financeiras ao tentar contratar um financiamento, fazer crediário ou acessar um serviço básico”, conta Aline, gerente da plataforma Limpa Nome. “O controle da situação do nome acaba ficando em segundo plano, levando a descobertas tardias, quando a dívida já foi negativada”, comenta.

As ofertas desconhecidas do Feirão de negociações estão disponibilizadas por empresas de diversos segmentos, como bancos, cartões de crédito, securitizadoras (empresas que compram dívidas), universidades, lojas, supermercados, companhias de telefone e internet, energia, água e outros serviços essenciais.

Número de endividados em queda

De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o percentual de famílias endividadas no Brasil chegou a 76,1% em janeiro.

Em janeiro, 20,8% dos brasileiros destinaram mais da metade dos rendimentos às dívidas, o maior percentual desde maio de 2024. Em média, as famílias destinaram 30% dos ganhos para esta finalidade, um aumento de 0,2 p.p.. O estudo mostrou o crescimento da percepção de endividamento, com 15,9% da população considerando estar “muito endividada”, contra 15,4% no final do ano passado.

Segundo a entidade, como consequência dessa preocupação crescente, menos famílias estão com dívidas em atraso. Elas agora representam 29,1%, diante dos 29,3% de dezembro. O percentual daquelas que não têm condições de pagar o que devem também teve recuo mensal, de 13% para 12,7%. Apesar disso, os resultados ainda se mantêm acima dos patamares observados em janeiro de 2024, de 28,3% e 12%, respectivamente.

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