Mianmar vive grave crise humanitária após terremoto

O Mianmar vive uma grave crise após ser atingido por um terremoto de magnitude 7,7 na sexta-feira, 28, que causou mais de 1,7 mil mortes, 3,4 mil feridos e centenas de desaparecidos no país e na Tailândia. O epicentro foi perto de Mandalay, a segunda maior cidade do país, que sofreu grandes danos estruturais. A destruição foi tão extensa que muitas áreas ainda estão sendo isoladas, com a infraestrutura já debilitada devido à guerra civil em curso, o que dificulta as operações de resgate.

Por conta da junta militar, que assumiu o poder após o golpe de 2021, o país enfrenta uma resistência popular em grande parte do território. Isso impede que equipes de ajuda humanitária acessem algumas das regiões mais afetadas. A falta de equipamentos adequados e a escassez de recursos, como água potável e suprimentos médicos, têm gerado um cenário desesperador para os sobreviventes. Em áreas como Sagaing, perto do epicentro, moradores tentam escavar os escombros com suas próprias mãos na esperança de salvar vidas.

Apesar do isolamento internacional, os militares fizeram um apelo por ajuda externa, e países como China, Rússia, Índia, Coreia do Sul, Malásia e Singapura já enviaram equipes de resgate e suprimentos médicos. A Organização das Nações Unidas (ONU) também mobilizou recursos para socorro imediato, alocando US$ 5 milhões do Fundo Central de Resposta a Emergências. O chefe da ONU, António Guterres, ainda anunciou o envio de 17 caminhões de carga com suprimentos médicos, e os Estados Unidos também confirmaram apoio.

No entanto, a situação é extremamente complexa, já que a guerra civil ainda dificulta o acesso a várias regiões, com milhares de pessoas deslocadas e em necessidade urgente de assistência.

Além dos esforços internacionais, o Governo de Unidade Nacional, formado por ex-integrantes do governo deposto pelo golpe, anunciou um cessar-fogo em algumas áreas para facilitar a ajuda aos afetados.

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