Carlos Sanches, da EMS, e o goiano Júnior Queiroz travam batalha pelo controle da Hypera

As ruas de Goiânia têm vários comércios, mas um deles é sempre destacável por causa de suas luzes e cores chamativas (que incluem vermelho): são as farmácias. Se uma não vai muito bem — como a Santa Marta —, surge outra, de imediato, como a Nissei, do Paraná. Ao lado de uma Drogasil ou de uma Pague Menos, logo surge uma Pacheco, e assim por diante. A Nissei é recém-chegada em Goiás.

Com seus mais de 200 milhões de habitantes, o Brasil é um dos maiores consumidores de medicamentos do mundo. Para a maioria dos remédios, como Viagra e Cialis, a pessoa nem mesmo precisa de uma receita médica. O médico “é” o balconista ou, eventualmente, o farmacêutico. O Ozempic se tornou uma big estrela no país do SUS. É quase tão consumido quanto água.

Carlos Sanches: o bilionário chefão da EMS quer expandir seus negócios | Foto: Reprodução

Os brasileiros consomem medicamentos como se fossem alimentos, por isso as indústrias do ramo se tornaram gigantescas. EMS e Hypera, por exemplo, são potências farmacêuticas e financeiras, cobiçadíssimas. Seus donos são bilionários. No momento, de acordo com o repórter Graciliano Rocha, do UOL, as duas — seus proprietários — estão numa guerra bilionária. De uma agressividade ímpar, mas sem violência, felizmente.

A disputa está se dando em torno do controle da Hypera, que vale mais de 12 bilhões de reais. O chefão da EMS, Carlos Sanchez, planeja colocar executivos de sua equipe no conselho de administração da empresa controlada pelo goiano João Alves de Queiroz Filho, o Júnior.

No fim do ano passado, Carlos Sanchez sugeriu a fusão entre a EMS e a Hypera. De acordo com o UOL, o bilionário fez “uma oferta pública de aquisição (OPA) atribuindo prêmio de 39% sobre as ações da Hypera”. O empresário quer adquirir todas as ações da Hypera (30 reais por ação, pouco acima do valor da ação em 2024).

João Alves de Queiroz Filho, o Júnior, é o principal acionista da Hypera, que tem uma grande unidade da farmacêutica na cidade de Anápolis, em Goiás | Foto: Reprodução

Júnior Queiroz não aceitou a proposta de Carlos Sanches. Agora, os dois estão numa “batalha societária por espaço e poder de influência” na Hypera, segundo o UOL.

Carlos Sanches é acionista da Hypera, mas com apenas 6% (ou 8%). Ainda assim, o empresário, um dos mais arrojados do mercado, opera para “conquistar até três cadeiras no board da farmacêutica, incluindo a indicação de Lírio Parisotto”.

Lírio Parisotto é apontado como uma figura relevante no mercado financeiro. Ele e Carlos Sanches são amigos, aliados e têm negócios em comum (em adegas de vinho e barco).

Diretores da Hypera, dada a ligação íntima entre Carlos Sanches e Lírio Parisotto, rejeitam a indicação.

Para evitar que o “ataque” de Carlos Sanches dê resultado, Júnior Queiroz — que tem uma grande unidade da Hypera em Anápolis, no Daia — ampliou seu controle acionário na empresa.

O UOL informa que Júnior Queiroz “firmou acordo com a mexicana Maiorem e trouxe a Votorantim para o bloco de controle. Hoje, esse grupo concentra cerca de 54% do capital da companhia e já costurou uma nova chapa para a eleição do conselho”. O contra-ataque inclui “a volta de Júnior ao colegiado depois de sete anos afastado”.

Júnior Queiroz trabalha para impedir que Carlos Sanches — leia-se EMS — se torne influente nas “decisões estratégicas da Hypera”.

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