PCC corrompia aeroportos na Bélgica e no Brasil para tráfico aéreo de cocaína

O tráfico aéreo de cocaína, operado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), tem gerado grandes lucros para a facção criminosa, que utiliza aviões particulares para transportar grandes carregamentos de droga, principalmente para a Europa. Segundo investigações da Polícia Federal (PF), os criminosos pagavam até R$ 800 mil por voo para que pilotos levassem a cocaína de Roraima até a Bélgica, de onde a droga seguiria para outros destinos na Europa.

As conversas interceptadas entre os envolvidos no esquema, incluindo Willian Barile Agati, conhecido como Senna, revelaram o poder financeiro do PCC, que paga valores elevados para garantir que a droga chegue ao destino com sucesso. O valor da cocaína na Europa pode ser até dez vezes maior do que no Brasil, o que torna o negócio altamente lucrativo para todos os envolvidos. Agati está preso desde janeiro e foi transferido para o mesmo presídio de segurança máxima em Brasília onde se encontra Marcola, líder do PCC.

Transporte de cocaína partia de Roraima

O principal ponto de saída das cargas de cocaína era o aeroporto de Boa Vista, em Roraima. A PF identificou o administrador do aeroporto, Werner Pereira da Rocha, como um dos responsáveis por facilitar os voos ilegais, recebendo R$ 250 mil por cada viagem realizada. Ele também foi acusado de intermediar o envolvimento de um agente da Receita Federal que “fechava os olhos” para a fiscalização das aeronaves e bagagens.

Para ocultar a droga, os traficantes utilizavam fundos falsos nas aeronaves e malas recheadas com cocaína, além de simulações com toras de madeira em testes prévios para garantir que as cargas passassem despercebidas. O esquema era altamente sofisticado, com os criminosos também utilizando bagagens de mão para transportar a droga sem que ela fosse detectada nas fiscalizações de segurança.

Corrupção no exterior

O esquema de tráfico também envolvia a corrupção de funcionários no aeroporto de Bruxelas, na Bélgica, onde a droga era descarregada. O criminoso conhecido como Pato Donald, identificado nas interceptações da PF, era o responsável por subornar esses funcionários para garantir que a cocaína chegasse sem problemas ao destino final. A facção pagava propinas para que não houvesse dificuldades durante o processo de descarregamento e transporte da carga.

Além de utilizar aviões particulares, o PCC também contava com uma frota aérea própria e com a colaboração de laranjas no setor da aviação. As rotas mais comuns para o transporte da cocaína iniciavam na Bolívia e no Paraguai, com os aviões indo até o Brasil. Após a chegada ao país, a droga era refinada e distribuída, além de parte ser enviada para fora do Brasil, geralmente via marítima.

As investigações da PF apontam que, além dos aviões particulares, o PCC utilizava microcarregamentos de cocaína escondidos em bagagens despachadas para transportar a droga. As investigações continuam, com o foco na desarticulação dessa rede criminosa que opera em vários países.

A facção tem se mostrado cada vez mais sofisticada em seus métodos de transporte, e a atuação em aeroportos e na aviação civil tem sido um dos principais focos das autoridades no combate ao tráfico aéreo de drogas.

A defesa de Willian Agati, o Senna, negou as acusações e afirmou que ele é “presumido inocente”, além de alegar que nunca teve qualquer ligação com o PCC. Contudo, as evidências coletadas pela PF ligam Agati diretamente ao tráfico de cocaína e ao esquema criminoso operado pela facção. As investigações continuam em andamento, com as autoridades brasileiras e internacionais monitorando a atuação do PCC em diversas frentes.

Leia também Chefe do PCC na Europa tenta sair da prisão após três anos preso;

O post PCC corrompia aeroportos na Bélgica e no Brasil para tráfico aéreo de cocaína apareceu primeiro em Jornal Opção.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.