Trump cita ‘perseguição’ à brancos na África do Sul como ‘alerta’ a seus seguidores

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, citou uma suposta “perseguição” à brancos na África do Sul como ‘alerta’ para seus apoiadores. De acordo com Trump, as pessoas brancas sofrem discriminação, são preteridas em vagas de emprego e vivem sob ameaça de violência e de terem suas terras roubadas por um governo corrupto, liderado por negros.

Os dados, no entanto, apontam para uma realidade diferente. Apesar de serem apenas 7% da população, os brancos controlam quase metade das terras do país. Além disso, as estatísticas policiais não os mostram como mais vulneráveis a crimes violentos. Por fim, os brancos estão em situação melhor do que os negros em praticamente todos os indicadores econômicos.

Mesmo com os indicadores, Trump apresentam uma narrativa própria sobre a África do Sul para avançar com o argumento de que se os EUA não barrarem as iniciativas de promoção de diversidade, o país se tornará uma nação disfuncional onde a discriminação contra os brancos será rotina.

As tentativas da África do Sul para desfazer as injustiças durante o apartheid e a longa jornada dos EUA para lidar com o legado da escravidão são utilizados como paralelos que reforçaram a segregação do país e são utilizados pela base de Trump.

Com a queda do apartheid, o governo da África do Sul chegou ao poder com a promessa de reparar as desigualdades do sistema que deixou a maioria da população negra às margens. Mesmo assim, os governos permitiram que os brancos mantivessem suas riquezas, como forma de garantir uma transição pacífica.

O partido de Nelson Mandela aprovou eis para reduzir o abismo da desigualdade entre brancos e negros. Recentemente, o país adotou uma medida que permite ao governo confiscar terras privadas que sejam de interesse público, por vezes sem compensação.

Trump, por sua vez, construiu sua identidade política como “protetor da América branca”. O presidente brigou para salvar símbolos de confederados do sul do país e classificou treinamentos sobre discriminação racial de “propaganda antiamericana”, além de defender publicamente supremacistas brancos.

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