Tribuna Livre: Ação demolitória na Praia do Forte e Saúde Mental no trabalho são temas em debate na Câmara Municipal de Florianópolis

A Tribuna Livre realizada nesta última terça-feira (11) abordou dois temas de grande relevância social: a preservação histórica da Praia do Forte, no norte da Ilha, e a saúde mental no ambiente de trabalho. A primeira convidada a usar a palavra foi Vanessa Cristina Brasil Souza, representante do Movimento Vida Além do Trabalho. A convite do vereador Leonel Camasão (PSOL), por meio do requisito 105/2025, aprovado por unanimidade, Vanessa discutiu a saúde mental no contexto profissional, com foco na problemática da escala 6/1.

Ela destacou a importância de equilibrar a vida pessoal e profissional e a necessidade de adotar políticas públicas externas ao bem-estar dos trabalhadores. “O Brasil é atualmente o segundo país com mais casos de burn-out no mundo, e vemos os impactos disso no dia a dia das pessoas. Isso afeta diretamente a saúde pública, com altos índices de depressão e ansiedade”, afirmou.

Vanessa também criticou a escala de trabalho 6/1, que, segundo ela, é desumana e ineficaz, alertando para o fato de que ela prejudica até mesmo a economia. “Precisamos cuidar da saúde mental dos trabalhadores. Um trabalhador feliz é mais produtivo, e ele precisa de tempo de qualidade com a família”, concluiu.

O segundo tema em tribuna foi a preservação histórica da Praia do Forte, abordado pelo doutor em História Sérgio Luiz Ferreira, convidado pelo vereador Dinho (União Brasil), por meio do requerimento 188/2025, também aprovado por unanimidade. Ferreira salientou a importância cultural da região, com sua forte ligação com as heranças açorianas, e alertou para os riscos da ação demolitória em andamento na área.

A comunidade da Praia do Forte, historicamente ocupada por descendentes de açorianos, enfrenta incertezas devido à remoção de construções que afetam famílias que residem no local há décadas. Ferreira afirma, que é fundamental reforçar a preservação do patrimônio histórico antes de tomar decisões que possam comprometer a cultura da região. “Aquela comunidade precisa ser respeitada. Não é justo que as pessoas sofram danos, sem saber quando suas casas serão demolidas. Isso é muito doloroso”, destacou.

Ele também expressou solidariedade aos moradores, defendendo a importância de garantir a permanência das famílias. “Minha solidariedade é com aqueles que têm lutado para que a comunidade continue a existir e seja respeitada como parte fundamental da história de Florianópolis”, finalizou.

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