O ressentimento de Silvânia e a missa campal do lançamento da Pedra Fundamental de Goiânia

Dona Celia Coutinho Seixo de Brito escreveu o livro “As Mulheres, a História e Goiás”, publicado em 1974. Nele, ela faz um perfil biográfico de mulheres vilaboenses que se destacaram pela atuação em várias áreas da sociedade goiana do século XIX. Uma delas foi Alice Augusta Sant’ana Coutinho, sua mãe. Ela foi uma entusiasta da mudança da capital de Goiás, no começo dos anos 1930.

D. Alice teve uma participação importante nos primeiros anos de Goiânia. Foi dela a ideia de escolher Nossa Senhora Auxiliadora como padroeira da nova capital. Dona Celia escreveu que sua mãe se inspirou nas lutas de São João Bosco pela concretização dos seus ideais educacionais e do tanto que ele recorreu à Nossa Senhora Auxiliadora. A sugestão de D. Alice foi aceita e todo 24 de maio a padroeira de Goiânia é celebrada na Catedral Metropolitana.

Em seu livro, Dona Celia revelou que a não escolha de Silvânia para ser a nova capital de Goiás gerou ressentimentos. “Aprovada, como foi, a feliz sugestão restava conseguir a imagem da Santa para o altar da missa campal do lançamento da pedra fundamental de Goiânia. Por cá, apenas Bonfim (hoje Silvânia), havia uma, cujo empréstimo para aquela finalidade foi negada, o que causou verdadeiro impacto. As altas autoridades civis e militares daquele município estavam inconformadas por não ter sido Silvania o local escolhido para a nova capital”

O que fazer com essa negativa? Como tudo dá-se um jeito, D. Alice conseguiu uma estampa com a imagem de Nossa Senhora Auxiliadora que foi colocada em cima do altar improvisado naquele terreno vazio que, em breve, se ergueria Goiânia, a nova capital de Goiás. Dona Celia revelou também que a estampa usada na celebração foi guardada no Museu Histórico de Goiânia, atual Museu Zoroastro Artiaga, na Praça Cívica.

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