BNDES tem recorde de R$ 276,5 bi na oferta de crédito e lucro cresce 20,5%

A direção do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) divulgou os resultados de 2024 da instituição nesta terça (25). O destaque ficou para o lucro do banco, R$ 26,4 bilhões, e crescimento de 20,5% em relação a 2023. O lucro líquido recorrente ficou em R$ 13,2 bilhões, aumento de 11,1%.

No ano também foi realizado o maior volume de aprovações e garantias de crédito na história do banco, R$ 276,5 bilhões. Como exposto, o ano ainda foi marcado pela menor inadimplência do sistema financeiro (0,001%) e a maior carteira de crédito desde 2017, no valor de R$ 584,8 bilhões. Outro dado ressaltado é o que mostra que o crédito para indústria superou o valor destinado para o agro, o que não acontecia desde 2018.

“Temos um valor recorde nominal em impacto em créditos da economia de R$ 276,5 bilhões, sendo R$ 63,9 bilhões via fundo garantidor e R$ 212,5 bilhões pelo crédito do BNDES, direto e indireto, já que uma parte disso a gente faz com os agentes parceiros. É um recorde histórico e um aumento de 81% em relação a 2022. Foi um trabalho extraordinário o esforço que o Banco fez para poder chegar a este resultado”, disse Aloizio Mercadante, presidente do BNDES.

Sucesso da NIB

Como falado por Mercadante, as aprovações em crédito foram de R$ 212,6 bilhões. O valor marca um aumento de 22% em relação a 2023 e 61% a 2022.

Na indústria o aumento chegou a 132% (R$ 52,4 bilhões) em comparação com 2022. Já na agropecuária (R$ 52,3 bilhões) aumento 92% e em Comércio e Serviços (R$ 33,4 bilhões) 83%, sempre em comparação com o último ano da gestão Bolsonaro.

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O diretor Financeiro do BNDES, Alexandre Abreu, falou sobre a indústria voltar a superar o agronegócio, fato que não acontecia desde 2017.

“Pela primeira vez desde 2017 o crédito para indústria supera o crédito para o agronegócio, o que mostra o sucesso das políticas voltadas para o fortalecimento da indústria, principalmente da NIB (Nova Indústria Brasil), nesses últimos dois anos”, aponta Abreu.

2% do PIB

As operações em crédito têm focado em projetos de infraestrutura de médio e longo prazo, o que pode ajudar a atingir a meta do banco em aprovações e desembolsos em relação ao PIB, pois estes projetos vão acontecendo por etapas, o que faz as liberações em contrato serem acionadas ao longo do tempo.  

Segundo Mercadante, o BNDES espera atingir a marca de 2% do valor do PIB em aprovações até 2026 e de 1,5% do PIB de desembolsos.

Para comparação, hoje estes valores estão em 1,8% de aprovações e 1,1% de desembolsos.

Liderança da agenda climática

Questionado sobre o posicionamento do banco frente a questões internacionais e o protecionismo dos Estados Unidos, o presidente do banco ressaltou que os compromissos do banco com sustentabilidade e descarbonização estão evidentes.

“Temos que saber aproveitar as oportunidades e não abdicar do compromisso com as futuras gerações. O governo brasileiro vai continuar liderando a agenda climática e o BNDES vai estar à frente entre os bancos brasileiros nesse processo de descarbonização. Nós vamos continuar usando MAPBiomas para quem desmata. Não tem crédito para o agro que desmata no BNDES. Vamos dar prioridade para todos os projetos de agricultura que descarbonizam. A mesma coisa vale para a indústria, para todos os setores. Então nós temos que aumentar a nossa responsabilidade. Um dos desdobramentos é esse. No comércio também. Novas oportunidades podem surgir em relação a esses primeiros movimentos no processo de defesa comercial da economia norte-americana”, explica Mercadante.

Juros

Sobre o alto patamar da taxa de juros, Mercadante falou que obviamente há impacto no crédito, mas que existe mediações para isto. Ele apontou que apesar da Selic alta, o Brasil tem nova previsão de crescimento do PIB acima das expectativas do mercado e que a indústria cresceu o dobro da média mundial.

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Nesse sentido, o Banco deve continuar trabalhando para o seu propósito de desenvolvimento do país, olhando mais para o longo prazo, que são os principais contratos do banco.

“O BNDES continua trabalhando para concluir a sua função, que é olhar para a descarbonização, para a economia digital, para a indústria 4.0, para a agricultura de baixo carbono, para a NIB, para o novo PAC, para infraestrutura estratégica, porque isso vai dar o crescimento futuro. A gente não pode ficar só olhando o curto prazo. Boa parte do nosso crédito é de longo prazo. E as decisões de investimento podem ser preservadas apesar da taxa de juros”, conclui.

Mercadante (centro) apresenta os resultados. Foto: BNDES

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