Futuro representante do Comércio dos EUA não descarta impor tarifas universais

O possível futuro representante da Casa Branca para o Comércio, Jamieson Greer, disse nesta quinta-feira, 6, que a imposição de tarifas universais deveria ser “examinada e considerada” como uma possível maneira de reverter a terceirização e os déficits.

Durante a campanha eleitoral, o presidente Donald Trump levantou a ideia de tarifas generalizadas sobre todas as importações dos EUA. Se confirmado pelo Senado, Greer será uma peça-chave nessa política.

Trump impôs uma tarifa adicional sobre as importações chinesas que entrou em vigor esta semana e deu ao México e ao Canadá um mês para chegarem a acordos se quiserem evitar medidas semelhantes contra seus produtos.

Greer defende fortalecimento da manufatura americana

Durante uma audiência no comitê de finanças do Senado, Greer afirmou que os trabalhadores americanos deveriam ter “um campo de jogo nivelado” para competir globalmente e enfatizou a necessidade de os Estados Unidos manterem uma base sólida de manufatura.

Greer, sócio do escritório de advocacia King & Spalding, foi chefe de gabinete do ex-representante comercial de Trump, Robert Lighthizer, durante seu primeiro mandato. Como tal, ajudou a concretizar o tratado de livre comércio T-MEC entre Estados Unidos, México e Canadá.

Posição dos EUA no comércio internacional

Nesta quinta-feira, Greer disse aos congressistas que os Estados Unidos deveriam ser um “país de produtores” e que é necessário ganhar acesso a mercados nos quais não podem competir até agora. Para isso, apelou ao uso de “todas as ferramentas” disponíveis.

Ele ressaltou que há uma “[janela relativamente curta]” para reestruturar o sistema de comércio internacional e beneficiar os interesses americanos. Além da reciprocidade com Pequim, Washington precisa buscar uma relação comercial equilibrada com a China.

Greer também afirmou estar comprometido em investigar outras práticas comerciais desleais caso seja confirmado no cargo.

Durante o primeiro mandato de Trump, de 2017 a 2021, os Estados Unidos impuseram tarifas sobre bilhões de dólares em importações, principalmente da China, mas também de alguns de seus aliados.