Cirurgias bariátricas e plásticas no SUS mudam a vida de pacientes

No Estado, as consultas especializadas e as cirurgias feitas via Sistema Único de Saúde são realizadas em três hospitais

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Acervo Pessoal

Pesando 145 quilos e depois de tentar perder peso de diversas formas, a assistente de departamento técnico Helen Ferreira Gomes, de 27 anos, tomou uma decisão que ela garante que mudou a sua vida.Em novembro de 2022, foi submetida a uma cirurgia bariátrica pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Hospital Evangélico de Vila Velha. “Estou muito feliz e faria tudo de novo. Hoje estou com 90 quilos. Até agora perdi 55 quilos e ainda quero eliminar mais 10. Estou louca atrás da plástica, principalmente barriga e perna, pois tenho bastante excesso de pele”.Ela não é a única. Somente no ano passado, foram realizados 871 procedimentos de gastroplastia com derivação intestinal, cirurgia bariátrica por videolaparoscopia e gastroplastia vertical pelo SUS.No Estado, as consultas especializadas e as cirurgias pelo SUS são realizadas no Hospital Evangélico de Vila Velha (HEVV), Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes (Hucam) e Hospital Evangélico de Cachoeiro de Itapemirim (HECI). O Hucam-Ufes explicou que a indicação para a cirurgia bariátrica ocorre nos casos de obesidade severa (quando o índice de massa corporal – IMC – está acima de 40 quilos por metro quadrado) ou obesidade grau 2 (IMC entre 35 e 39,9 quilos por metro quadrado) em que o paciente apresenta comorbidades.Tarcísio Zovico, coordenador do Serviço de Cirurgia Bariátrica do Hospital Evangélico de Vila Velha, revelou que existem pacientes que já perderam mais de 100 quilos no processo, o que obviamente são exceção. “Em média, eles perdem de 30 a 50 quilos”.Para quem deseja fazer parte das estatísticas e realizar o sonho de emagrecer, Tarcísio Zovico orientou procurar uma unidade de saúde básica do bairro (UBS) para se cadastrar no sistema e ser direcionado a um dos três hospitais que executam a cirurgia pelo SUS.Paulo Henrique de Souza, cirurgião bariátrico e professor da Universidade Federal do Estado (Ufes), destacou que a cirurgia bariátrica é uma excelente ferramenta para tratar as formas graves e refratárias da obesidade. “Mais do que fazer perder peso, a cirurgia leva o paciente a ganhar qualidade de vida, melhora sua autonomia e autoestima, além de diminuir o risco de desenvolver várias doenças graves como diabetes, pressão alta, infarto e vários tipos de câncer”, disse o cirurgião.Remoção de excesso de pele de mamas e abdômenDepois da cirurgia bariátrica, é grande a procura por procedimentos reparadores. Remoção de excesso de pele das mamas e do abdômen é a mais comum, segundo o cirurgião bariátrico Paulo Henrique de Souza.A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) explicou que, no âmbito do SUS, os critérios são baseados na avaliação do médico. No ano passado, foram 3.671 cirurgias reparadoras gerais realizadas pela rede estadual. Já em 2023, foram 2.379. A Sesa reforçou que o aumento no número de cirurgias plásticas reparadoras é fruto dos resultados significativos na realização de cirurgias eletivas (aquelas que podem ser programadas, não são de urgência), do Plano Estadual de Redução de Filas de Cirurgias Eletivas, que ultrapassou a marca de 153 mil procedimentos em 2024.ProjetoO cirurgião plástico Adriano Batistuta observou que a gigantomastia, que é uma condição rara caracterizada pelo crescimento excessivo das mamas, pode causar grandes desconfortos físicos e psicológicos nas pacientes. Esses incômodos fazem com que muitas pacientes busquem soluções médicas, como a mamoplastia redutora, para melhorar sua saúde e bem-estar geral. Entretanto, esse é um procedimento caro. No Estado, pacientes que sofrem com essa condição e têm limitações financeiras conseguem ajuda através do projeto Mãos Solidárias que iniciou em 2016 com o cirurgião plástico Adriano Batistuta. “A realização da seleção é feita com a minha esposa no Instagram dela (thais.lopessantana). Primeiro, ela faz avaliação da parte social da paciente, e eu vejo a parte técnica em relação à indicação com indicação de gigantomastia”, ressaltou o cirurgião plástico.

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